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Irã acelerou seu ritmo de produção de urânio, diz agência
Bombardeios israelenses ampliaram a tensão entre Teerã e a Agência Internacional de Energia Atômica
 
         
        O Irã acelerou o ritmo de produção de suas reservas de urânio enriquecido a 60%, um limiar que se aproxima dos 90% necessários para fabricar uma arma nuclear, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), consultado pela AFP nesta quarta-feira 3.
A agência de vigilância nuclear das Nações Unidas informou que, em 13 de junho de 2025, data que corresponde ao início da guerra de 12 dias desencadeada por um ataque israelense contra o Irã, o total chegava a 440,9 quilos, o que supõe um aumento de 32,3 quilos em relação a 17 de maio.
Após o conflito com Israel, o Irã cessou a cooperação com a AIEA e a agência da ONU não conseguiu realizar suas atividades no terreno para coletar as informações necessárias.
Se em um primeiro momento retirou seus inspetores por razões de segurança, lamenta que posteriormente o Irã tenha suspendido sua cooperação, qualificando essa decisão como “profundamente lamentável”, e exortou as autoridades iranianas a autorizarem uma retomada das inspeções “sem demora”.
“Enquanto a agência não puder retomar suas atividades de verificação no terreno, não está em condições de quantificar com a mesma confiança e precisão de antes, o estoque de urânio enriquecido do Irã nem de determinar sua localização”, indicou.
Os bombardeios israelenses aumentaram as tensões entre Teerã e a AIEA. O Irã reprova a agência por não ter condenado os ataques israelenses e depois os dos Estados Unidos, que tiveram como alvo suas instalações nucleares.
Desde julho, uma lei aprovada no Parlamento iraniano proíbe, em princípio, qualquer cooperação com a AIEA.
No fim de agosto, inspetores da AIEA chegaram ao Irã e começaram seu trabalho na instalação de Bushehr, a principal planta nuclear de geração de eletricidade no Irã. Mas o chefe da diplomacia iraniana indicou que esse passo não significava uma retomada da cooperação.
Os países ocidentais suspeitam que a República Islâmica do Irã busca possuir armas atômicas, algo que Teerã nega e defende seu direito de desenvolver um programa nuclear civil.
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