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Investigação internacional revela esquema gigante de lavagem de dinheiro por grandes bancos

Apuração se baseia em milhares de ‘relatórios de atividades suspeitas’ feitos ao Tesouro dos EUA

Investigação internacional revela esquema gigante de lavagem de dinheiro por grandes bancos
Investigação internacional revela esquema gigante de lavagem de dinheiro por grandes bancos
FOTO: TOBIAS SCHWARZ/AFP
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Quantias astronômicas de dinheiro sujo passam há anos pelas maiores instituições bancárias do mundo, revela uma investigação internacional do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigadores (ICIJ), que denuncia as deficiências na regulamentação do setor.

“Os lucros das guerras dos cartéis de drogas, as fortunas desvirtuadas dos países em desenvolvimento e as economias arduamente conquistadas roubadas puderam entrar e sair dessas instituições financeiras, apesar dos avisos dos próprios funcionários dos bancos “, detalha a investigação, realizada por 108 meios de comunicação internacionais, de 88 países.

A investigação é baseada em milhares de “relatórios de atividades suspeitas” (SARs) feitos à polícia financeira do Tesouro dos Estados Unidos, FinCen, por bancos em todo o mundo.

“Esses documentos, compilados por bancos, compartilhados com o governo, mas mantidos fora da vista do público, expõem o enorme abismo das garantias bancárias e a facilidade com que os criminosos as exploram”, assegura a mídia norte-americana Buzzfeed News. Os documentos referem-se a US$ 2 trilhões em transações, que circularam entre 1999 e 2017.

Fundos suspeitos

A investigação aponta em particular para cinco grandes bancos – JPMorgan Chase, HSBC, Standard Chartered, Deutsche Bank e Bank of New York Mellon – acusados ​​de ter continuado a transitar fundos de suspeitos de crimes, mesmo depois de processados ou condenados por má conduta financeira.

Ao final de sua pesquisa, o Buzzfeed News afirma que “as redes pelas quais o dinheiro sujo viaja ao redor do mundo se tornaram artérias vitais para a economia global”.

Em nota, o Deutsche Bank assegurou que as revelações eram de fato informações “bem conhecidas” por seus reguladores e disse que “dedicou recursos significativos para fortalecer seus controles” e “sendo extremamente cuidadoso para cumprir (suas) responsabilidades e (suas) obrigações “. A investigação também aponta para a impotência das autoridades norte-americanas em regulamentar essas transações.

Em um comunicado divulgado antes de a investigação ser divulgada, a Polícia Financeira do Tesouro dos EUA alertou que a divulgação de relatórios de atividades suspeitas era um “crime” que “pode ​​ter um impacto na segurança nacional dos Estados Unidos”.

Com informações da AFP

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