Mundo

Inundações no Nepal deixam quase 150 mortos

A capital sofre as consequências do maior nível de chuva registrado desde pelo menos 1970

Inundações no Nepal deixam quase 150 mortos
Inundações no Nepal deixam quase 150 mortos
Inundação em Kathmandu, no Nepal, em 29 de setembro de 2024. Foto: Prakash Mathema/AFP
Apoie Siga-nos no

Ao menos 148 pessoas morreram no Nepal depois das fortes chuvas que provocaram inundações na capital, Katmandu, e em outras regiões do país, anunciaram as autoridades neste domingo 29.

Grandes áreas do leste e centro do país sofreram inundações desde sexta-feira, assim como bairros inteiros da capital, após as cheias de vários rios.

A agência nacional de gestão de desastres atualizou o balanço da tragédia e informou que pelo menos 148 pessoas morreram em vários pontos do país e 59 continuam desaparecidas.

“Voltamos nesta manhã (domingo) e tudo havia mudado. Não conseguíamos nem abrir as portas de casa, estavam bloqueadas pela lama”, disse Kumar Tamang, um homem de 40 anos, que mora em uma comunidade carente e precisou fugir no sábado, quando a água invadiu sua casa.

“Ontem, estávamos com medo de que a água nos matasse e hoje não temos água para limpar”, disse.

Algumas pessoas buscaram refúgio nos telhados dos imóveis e outras tentaram fugir avançando pela água lamacenta.

“Estou com medo. Nunca vi tanta destruição”, declarou no sábado Mahamad Shabuddin, dono de uma oficia de motos, perto do rio Bagmati.

O rio Bagmati e seus afluentes, que atravessam Katmandu, sofreram cheias e inundaram os bairros próximos.

Ao menos 36 vítimas fatais das inundações estavam em três veículos e foram soterradas por um deslizamento de terra em uma rodovia ao sul de Katmandu, segundo o porta-voz da polícia, Dan Bahadur Karki.

Mais de três mil pessoas participam nos trabalhos de resgate, com o apoio de helicópteros e embarcações.

O ministro do Interior, Rishi Ram Tiwari, informou que mais de três mil desabrigados foram resgatados.

“Tivemos de pular de um telhado a outro para ficar em segurança. Depois, eles vieram com botes e nos resgataram”, disse Bishnu Maya Shrestha, que morava em uma área inundada de Katmandu e teve de quebrar o telhado da casa para fugir.

O Vale de Katmandu registrou 240 milímetros de chuva em 24 horas, entre sexta-feira e sábado, informou a agência meteorológica nepalesa ao jornal Kathmandu Post.

Este é o maior nível de chuva registrado na capital do país desde pelo menos 1970, segundo a agência.

A temporada de monções, de junho a setembro, provoca mortes e danos no sudeste asiático todos os anos, mas o número de inundações e deslizamentos de terra aumentou nos últimos anos. Os cientistas afirmam que as mudanças climáticas aumentaram a frequência e gravidade dos fenômenos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo