Inimigo interno

O motim dos mercenários do grupo Wagner dura pouco, mas expõe o desgaste da autoridade de Putin

Imagem: Presidência da Rússia e Telegram/Concord Group/AFP

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Durante meses, Yevgeny ­Prigozhin protestou teatralmente contra os líderes militares da Rússia. Ele criticou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o comandante em chefe, Valery Gerasimov, e os acusou de amadorismo e incompetência na guerra na Ucrânia. Em um vídeo, Prigozhin culpou Moscou pela morte de soldados de sua unidade mercenária Wagner. Seus corpos estavam empilhados atrás dele. Numa carta, o mercenário desafiou Shoigu a visitar pessoalmente a sangrenta linha de frente ucraniana, onde as tropas Wagner lutam e morrem na cidade oriental de Bakhmut.

A rivalidade Prigozhin-Shoigu parecia ser real. Mas no sistema opaco de ­Vladimir Putin, mais um tribunal otomano do que um governo de estilo ocidental, era difícil dizer. Há mais de duas décadas, Putin desempenha o papel de árbitro supremo e joga uma facção ambiciosa do Kremlin contra outra.

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2 comentários

ricardo fernandes de oliveira 2 de julho de 2023 09h13
Se os governantes atuais lessem Maquiavel, pensariam duas vezes em contratar mercenarios. Bom, seria interessante que o presidente lula parasse com essa estupidez de defender putin. Esse é o papel que nos cabe nessa história, e não falar bobagens diariamente sobre o assunto
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 11 de julho de 2023 17h41
A história se repete como farsa E como tragédia, como diria o velho Karl: estrangeiros invadem a Rodina e os nacionais se esmeram em defendê-la. Não, não é 1941, é 2022-2023. Só o cenário é semelhante. E, realmente, Lula tem de deixar de lado o antiamericanismo anos 80 e ser firme contra a invasão. Até a romântica “solidariedade socialista” tem limites!

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