Mundo
Inimigo interno
O motim dos mercenários do grupo Wagner dura pouco, mas expõe o desgaste da autoridade de Putin
Durante meses, Yevgeny Prigozhin protestou teatralmente contra os líderes militares da Rússia. Ele criticou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o comandante em chefe, Valery Gerasimov, e os acusou de amadorismo e incompetência na guerra na Ucrânia. Em um vídeo, Prigozhin culpou Moscou pela morte de soldados de sua unidade mercenária Wagner. Seus corpos estavam empilhados atrás dele. Numa carta, o mercenário desafiou Shoigu a visitar pessoalmente a sangrenta linha de frente ucraniana, onde as tropas Wagner lutam e morrem na cidade oriental de Bakhmut.
A rivalidade Prigozhin-Shoigu parecia ser real. Mas no sistema opaco de Vladimir Putin, mais um tribunal otomano do que um governo de estilo ocidental, era difícil dizer. Há mais de duas décadas, Putin desempenha o papel de árbitro supremo e joga uma facção ambiciosa do Kremlin contra outra.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.