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Início de domingo tem fortes explosões na entrada de Kiev; Rússia intensifica operação militar
‘O inimigo quer destruir tudo ao redor’, disse a prefeita de Varsylkiv após o bombardeio


A Rússia lançou na madrugada neste domingo 27 (horário local) um intenso bombardeio nos arredores de Kiev. A tomada da capital da Ucrânia esteve no centro dos objetivos de Vladimir Putin ao longo do sábado 26, o terceiro dia da operação militar deflagrada pelo presidente russo contra o país vizinho.
A CNN dos Estados Unidos reportou duas grandes explosões que iluminaram o céu de Kiev no início de domingo. Ambas parecem ter ocorrido na região de Vasylkiv, a aproximadamente 30 quilômetros do centro de Kiev.
Em Varsylkiv há um grande aeroporto militar. Após as explosões, a prefeita Natalia Balasynovych se manifestou pelas redes sociais e disse que os cidadãos “podiam ver o fogo”.
“Infelizmente, esse é o depósito de petróleo no vilarejo de Kriachky. O inimigo quer destruir tudo ao redor, mas não terá sucesso. Vocês viram isso durante o dia: houve bombardeio pesado de mísseis balísticos. Nosso aeroporto também foi bombardeado, mas conseguimos, está sob controle da Ucrânia”, escreveu a prefeita. “A noite será difícil aqui, assim como em Kiev, mas vamos nos manter firmes e vencer, porque Deus está conosco.”
Massive explosions near Kyiv lit up the night sky to the southwest of the city as Russian forces close in on all sides. CNN’s @MarquardtA reports. pic.twitter.com/FXzeOK1s3d
— CNN (@CNN) February 27, 2022
No sábado, o Ministério da Defesa da Rússia informou, citado pela agência de notícias RIA, que as tropas de Putin receberam ordem para retomar uma ampla ofensiva em todas as frentes, depois de uma suposta pausa na véspera. Isso porque, segundo o Kremlin, o governo de Volodymyr Zelensky não aproveitou uma abertura para diálogo.
“Uma vez que o lado ucraniano rechaçou as negociações, as forças russas retomaram o avanço nesta tarde”, alegou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Putin estabeleceu suas condições para discutir o fim da ação militar: a “desmilitarização” e a “desnazificação” da Ucrânia, que deveria voltar a um status “neutro” – ou seja, longe dos tentáculos da aliança militar ocidental, a Otan.
Enquanto se desenrola uma feroz batalha em Kiev, o progresso russo parece se concentrar no sul ucraniano. As forças de Putin anunciaram ter tomado o controle de Melitopol, no sudeste, inclusive com o hasteamento da bandeira do país no prédio do governo.
Em Kherson, no sul, houve ocupação russa na sexta-feira 24, mas a imprensa ucraniana alega que as Forças Armadas de Kiev retomaram o controle da cidade.
Pairam dúvidas sobre o cenário atual de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, muito próxima à fronteira com a Rússia (cerca de 65 quilômetros).
Também não se sabe com precisão qual é o número real de vítimas. Mykhailo Podolyak, um conselheiro do governo da Ucrânia, afirmou na televisão que seu exército matou mais de 3.500 russos e capturou cerca de 200.
O mais recente balanço do governo de Zelensky mencoona 193 mortes de civis em seu lado.
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