Mundo
Inflação interanual chega a 142,7% na Argentina, a dias da eleição
O índice de outubro mostrou uma leve desaceleração em relação a setembro, quando o aumento foi de 12,7% sobre agosto


A inflação em 12 meses na Argentina atingiu 142,7% em outubro, mês em que o aumento de preços foi de 8,3%, anunciou o Instituto Nacional de Estatística argentino nesta segunda-feira 13, a menos de uma semana do segundo turno das eleições presidenciais.
Antes da votação final entre o atual ministro da Economia, o peronista de centro Sergio Massa, e o líder libertário Javier Milei, o índice de outubro mostrou uma leve desaceleração em relação a setembro, quando o aumento foi de 12,7% sobre agosto.
A inflação acumulada até o momento em 2023 foi de 120% até o final do mês passado.
Em outubro, os setores com os maiores aumentos foram comunicação (12,6%) e vestuário (11%). Nos alimentos, os preços subiram 7,7%.
O problema da inflação tem sido crônico na Argentina, mas nos últimos dois anos o índice de preços ao consumidor teve um forte aumento e está entre os mais altos do mundo.
Internamente, o índice de inflação atual é um dos mais altos em três décadas. Em 2022, a inflação fechou em 94,8%.
No país, vigora desde 2019 um sistema de controle cambial, e o governo do presidente peronista Alberto Fernández promove acordos de preços com produtores e distribuidores na tentativa de reduzir os aumentos em setores como alimentos e combustíveis.
Nas últimas semanas, Massa anunciou a suspensão temporária da cobrança de impostos sobre os combustíveis para limitar o aumento de preços e também para reativar o abastecimento, que foi afetado após o primeiro turno das eleições, em 22 de outubro.
A Argentina passou por dois períodos de hiperinflação, em 1989 e em 1990.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Presidente mexicano qualifica Javier Milei de ‘facho conservador’
Por AFP
Bolsonaristas usaram dinheiro da Câmara para participar de campanha de Milei na Argentina
Por CartaCapital
Último debate na Argentina tem discussão sobre Brasil e falta de plano para estabilizar economia
Por André Lucena