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Indicado por seu partido, Nicolás Maduro buscará 3º mandato na Venezuela

Em fevereiro, o chavismo comemorou 25 anos no poder, os últimos 11 liderados por Maduro

Indicado por seu partido, Nicolás Maduro buscará 3º mandato na Venezuela
Indicado por seu partido, Nicolás Maduro buscará 3º mandato na Venezuela
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Foto: Arquivo/AFP
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O partido no poder na Venezuela formalizou neste sábado 16 que o presidente Nicolás Maduro buscará um terceiro mandato de seis anos, ao elegê-lo por “aclamação” como candidato. Mas quem ele enfrentará? A oposição está em uma encruzilhada após a exclusão da candidata que poderia vencê-lo na disputa.

Mais de quatro milhões de militantes do Partido Socialista Unido Unido da Venezuela (PSUV), presidido por Maduro, decidiram apresentar o governante de 61 anos para as eleições de 28 de julho.

“Aqui há apenas um destino: a vitória popular”, declarou Maduro após receber a indicação em um congresso do PSUV em Caracas. “Façam o que fizerem, digam o que disserem, não puderam e nunca poderão conosco.”

O ato foi uma formalidade. Maduro está em campanha há semanas e tem multiplicado suas aparições públicas, o que até recentemente era uma exceção. Herdeiro do falecido Hugo Chávez, juntos os dois somam um quarto de século governando a Venezuela.

“O Partido Socialista Unido da Venezuela, de suas bases, decidiu por aclamação, por consenso, que o candidato da Revolução Bolivariana é Nicolás Maduro”, disse o número dois do chavismo, Diosdado Cabello. “Aqui está o seu partido, o partido do comandante Chávez”, acrescentou dirigindo-se ao presidente.

Enquanto isso, a oposição busca, correndo contra o tempo, definir um nome que possa concorrer, após a inabilitação para cargos públicos de María Corina Machado, favorita nas pesquisas.

A candidata de centro-direita, no entanto, descartou abandonar sua candidatura e continua em campanha.

Colapso econômico e sanções

Em fevereiro, o chavismo comemorou 25 anos no poder, os últimos 11 liderados por Maduro após a morte de Chávez em 2013.

Sua presidência foi marcada por acusações de violações dos direitos humanos, sanções internacionais, o colapso da economia – o PIB contraiu 80% em uma década – e a migração de mais de sete milhões de pessoas que fogem da fome e da pobreza.

Também neutralizou qualquer ameaça a seu poder, como a chamada presidência interina de Juan Guaidó, exilado nos Estados Unidos, e agora Machado, a quem o governo acusa de corrupção e de pedir uma invasão estrangeira, embora ela negue.

A reeleição de Maduro em 2018 foi considerada “fraudulenta” pela oposição, que boicotou as eleições, pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, que impuseram uma bateria de sanções para tentar, sem sucesso, retirá-lo do poder.

“Induzir a erros”

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou o convite para missões de observação da União Europeia e de outros atores, embora até agora não tenha feito um chamado formal.

A inscrição dos candidatos foi marcada para 21 a 25 de março, o que deixa pouca margem para a principal coligação da oposição, a Plataforma Unitária, que insiste em Machado em público enquanto decide nos bastidores quem lançar.

O governo “procura induzir a oposição e a comunidade internacional a erros, especialmente com o controle do calendário eleitoral”, explicou à AFP Mariano de Alba, conselheiro do International Crisis Group.

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