Mundo

Ídolo do futebol, Eusébio morre aos 71 anos

Ex-atacante conhecido como “Pantera Negra” atuou no Benfica, de Portugal, por 15 anos e foi eleito Bola de Ouro em 1965

Eusébio em campo em 1973
Apoie Siga-nos no

Morreu na madrugada deste domingo 5, aos 71 anos, em Lisboa, o ex-atacante Eusébio, considerado um dos maiores jogadores de futebol da história, anunciou o Benfica, clube defendido pelo “Pantera Negra” por 15 anos.

Eusébio da Silva Ferreira, que havia sido hospitalizado várias vezes por diferentes problemas de saúde, faleceu às 2h30, no horário de Brasília, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, segundo comunicado do clube.

Eleito Bola de Ouro em 1965 e duas vezes vencedor da Bota de Ouro, prêmio de melhor atacante europeu, Eusébio, nascido em Moçambique, jogou a maior parte de sua carreira com a camisa do Benfica, com quem conquistou a Taça dos Campeões Europeus em 1962, equivalente a atual Liga dos Campeões.

Considerado o maior jogador português da história, ele rivalizou com grandes atletas de sua época, com o brasileiro Pelé, o argentino Alfredo Di Stefano e o inglês Bobby Chartlon. “Eusébio sempre será eterno. Descanse em paz”, escreveu Cristiano Ronaldo, capitão da atual Seleção portuguesa, em seu Facebook.

Nascido em 25 de janeiro de 1942 em Maputo, capital do Moçambique, Eusébio tinha sete irmãos. Aos 19 anos foi recrutado pelo Benfica devido a suas excepcionais qualidades físicas e técnicas.

“Fui o melhor jogador do mundo, o maior artilheiro da Europa, eu fiz tudo, menos ganhar uma Copa do Mundo”, admitiu Eusébio em uma entrevista no final de 2011, referindo-se a derrota na semifinal contra a Inglaterra (2-1) na Copa do Mundo de 1966. Portugal acabou a competição em terceiro e Eusébio foi artilheiro com nove gols.

Em 1962, Eusébio venceu a Copa da Europa com dois gols em uma antológica final (5-3) contra o poderoso Real Madrid, que contava com duas lendas – Di Stefano e o húngaro Ferenc Puskas.

Dois anos depois, em 1964, todos os grandes clubes europeus queriam contratar Eusébio, mas o ditador português Antônio Salazar impediu qualquer negociação. “Minha política é uma bola”, explicou recentemente, simples e humilde, quando perguntado se ele sentia qualquer simpatia pelo regime de Salazar.

Eleito Bola de Ouro em 1965, Eusébio tornou-se o primeiro jogador negro a alcançar esta distinção, concedida pela revista France Football ao melhor jogador europeu do ano. Finalmente concluiu com Benfica 15 temporadas, conquistando 11 títulos nacionais, cinco Taças de Portugal e disputando, após a vitória em 1962, três finais da Taça dos Campeões Europeus

Os 733 gols em 745 partidas ao longo de sua carreira marcaram o atacante que reunia velocidade, técnica e precisão. Até o dia de sua morte, Eusébio mostrou lealdade e amor ao clube de Lisboa, que prestou homenagem ao seu ídolo com uma estátua em frente ao Estádio da Luz.

Eusébio deixou o Benfica em 1975. Passou por seis operações no joelho esquerdo e se aposentou três anos mais tarde, depois de jogar em clubes nos EUA e em equipes da segunda divisão portuguesa. Depois, tornou-se embaixador do Benfica e da Federação Portuguesa, atuando como representante nos principais eventos.

Várias gerações de jogadores, incluindo Futre, Figo, Rui Costa e do próprio Cristiano Ronaldo, se espelham em Eusébio, o primeiro jogador português que conquistou o mundo.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.