O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou a decretar estado de emergência, desta vez para, oficialmente, reagir de forma mais rápida à guerra na Ucrânia.
O anúncio de Orbán, via gravação publicada nas redes sociais nesta terça-feira 24, reedita uma medida já utilizada por ele em outras ocasiões, como na crise migratória europeia e na pandemia da Covid-19. No estado de emergência, Orban pode aprovar uma série de medidas por decreto.
No vídeo, o primeiro-ministro afirma que “o mundo está à beira de uma crise econômica” e insiste que a Hungria deve ficar de fora do conflito no Leste Europeu, “protegendo a segurança financeira das famílias”.
Em abril, Orbán conquistou o quarto mandato consecutivo. O partido dele, o Fidesz, tem maioria de dois terços na Câmara, o que amplia ainda mais os poderes do primeiro-ministro.
A tendência é de que as primeiras medidas do novo estado de emergência sejam anunciadas pelo governo nesta quarta-feira 25. Entre os principais problemas a serem enfrentados por Orbán está uma inflação galopante, que atinge 9,5% no acumulado de 12 meses.
Para garantir a “segurança financeira” das famílias húngaras, alegou Orbán nesta terça, “é preciso ter margem de manobra e agir imediatamente”. O início de um novo estado de emergência, porém, já gera reações na sociedade civil do país.
A ONG TASZ criticou o que considera um “estado de emergência permanente”. Para o grupo, o novo decreto “concede a Viktor Orbán mais margem de manobra que de costume”, o que pode ser usado para “restringir ou suspender pura e simplesmente os direitos fundamentais de cada pessoa”.
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