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Humorista Zelensky vence eleição presidencial na Ucrânia

Ator inexperiente na política obteve vitória esmagadora sobre presidente Poroshenko, mesmo nas regiões mais nacionalistas do país

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O humorista Volodymyr Zelensky é o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais da Ucrânia, realizado neste domingo 21, com aproximadamente 73% dos votos. Assim ele desbancou o atual presidente, Petro Poroshenko, que obteve apenas 25%, segundo as pesquisas finais de boca de urna.

Poroshenko reconheceu logo sua derrota, ao aceitar os resultados de boca de urna, acrescentando que deixará o cargo “no próximo mês”. “Quando vejo os resultados das pesquisas de boca de urna, são evidentes. É motivo para ligar para meu oponente e parabenizá-lo”, comentou, mostrando-se disponível a apoiar o seu rival na transição: “Vou deixar o cargo, mas quero frisar firmemente que não vou deixar a política.”

Atual presidente do país e candidato à releição, Petro Poroshenko.

Zelensky, de 41 anos, alcançou um resultado histórico, dominando as urnas em todas as regiões do país, inclusive no oeste mais nacionalista. No leste, onde nasceu, sua vitória seria arrasadora, somando mais de 88% dos votos. Os resultados corroboraram as pesquisas realizadas durante a campanha eleitoral, que davam a Zelensky mais de dois terços dos votos.

“Obrigado a todos os ucranianos que me apoiaram. Obrigado a todos os ucranianos, onde quer que estejam. Prometo que não falharei com vocês”, declarou o comediante em seu comitê, após os resultados das pesquisas serem divulgados.

Zelensky também agradeceu aos soldados e voluntários que estão no leste do país por “protegerem a Ucrânia”. Em sua popular série televisiva Servidor do povo, ele interpreta um professor nunca teve um cargo político mas é eleito presidente.

O humorista obteve o dobro da votação de Poroshenko no primeiro turno do pleito presidencial, refletindo a revolta popular contra a corrupção endêmica, uma economia moribunda e o conflito com os insurgentes no leste, apoiados pela Rússia, que já dura cinco anos.

Seus críticos questionam que seja a figura política independente que pretende, acusando-o de ser pró-Moscou e de manter aliança com Ihor Kolomoyskyi – um antes influente oligarca da cidade de Dnipro –, com o fim de impedir um novo mandato de Poroshenko.

Numa crítica implícita ao humorista, depois de votar Poroshenko enfatizou ser “importante guiar-se pela razão, não por gargalhadas”, acrescentando que “ao início pode ser engraçado, mas depois pode ser doloroso”. Ele salientou, ainda, a necessidade de “defender as conquistas dos últimos cinco anos”, referindo-se à criação da Igreja Ortodoxa ucraniana independente, sem laços com a da Rússia.

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