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Honduras retoma apuração lenta de eleições polêmicas
O Conselho Nacional Eleitoral tem até 30 de dezembro para declarar um vencedor, segundo a lei
Honduras retomou nesta segunda-feira 8 a apuração das eleições de 30 de novembro, que por problemas técnicos vem sendo realizada a conta-gotas, com dois candidatos de direita em disputa acirrada pela Presidência.
No lento processo de contagem de votos, o empresário direitista Nasry Asfura, de 67 anos e apoiado pelo presidente americano, Donald Trump, mantém uma leve vantagem sobre o apresentador de televisão Salvador Nasralla, de 72 anos, do Partido Liberal (PL).
Em um distante terceiro lugar na disputa em turno único, está a candidata do partido governista Libre, Rixi Moncada.
Desde sexta-feira a apuração estava paralisada, mas nesta segunda-feira a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, Ana Paola Hall, publicou no X que “depois de realizadas as ações técnicas (acompanhadas de auditoria externa) os dados já estão sendo atualizados”.
No entanto, a recontagem avançava muito lentamente, alcançando perto de 90% das atas, em meio à expectativa dos concorrentes e a denúncias de “fraude”.
Hall atribuiu o atraso a problemas técnicos da empresa colombiana contratada para a apuração.
Por sua vez, Nasralla denunciava que são “os corruptos (que) têm detido o processo de contagem”.
O Libre pediu “a nulidade total” das eleições e convocou “mobilizações”, “protestos” e “paralisações”, além de pedir aos funcionários do governo que não cooperem com a transição de governo.
O partido de esquerda no poder anunciou que realizará uma “Assembleia Extraordinária da Dignidade Nacional” em 13 de dezembro.
A presidenta do país, Xiomara Castro, não se pronunciou sobre os anúncios de seu partido.
O CNE tem até 30 de dezembro para declarar um vencedor, segundo a lei.
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