Mundo

Homem admite assassinato de ex-presidente do Parlamento ucraniano e diz ter agido por vingança

As autoridades ucranianas garantiram que o crime havia sido cuidadosamente planejado e que a Rússia estava envolvida no assassinato do legislador, um conhecido militante independentista ucraniano e líder dos protestos pró-europeus ocorridos no país

Homem admite assassinato de ex-presidente do Parlamento ucraniano e diz ter agido por vingança
Homem admite assassinato de ex-presidente do Parlamento ucraniano e diz ter agido por vingança
Ucrânia prende o suspeito pelo assassinato de Andriy Parubiy, ex-presidente do Parlamento. Foto: Handout / National Police of Ukraine / AFP
Apoie Siga-nos no

O homem suspeito de ter matado o deputado e ex-presidente do Parlamento ucraniano Andriy Parubiy confessou o crime, mas negou qualquer ligação com a Rússia e disse que o fez por uma “vingança pessoal”, segundo vídeos divulgados por meios de comunicação ucranianos.

“Sim, admito que o matei”, disse o homem, identificado como Mijailo Stselnikov, de 52 anos, em resposta a perguntas dos jornalistas em um vídeo transmitido por vários meios locais.

“Esta é a minha vingança pessoal contra as autoridades ucranianas”, acrescentou.

Quando lhe perguntaram se trabalhava com os serviços de segurança russos, ele respondeu: “Não”.

A vingança, segundo o homem, foi pela morte de seu filho na frente de guerra com a Rússia.

As autoridades ucranianas garantiram na segunda-feira que o crime havia sido cuidadosamente planejado e que a Rússia estava envolvida no assassinato do legislador, um conhecido militante independentista ucraniano e líder dos protestos pró-europeus ocorridos no país em 2004 e 2014.

“Há um rastro russo”, afirmou na segunda-feira o chefe da Polícia Nacional ucraniana, Ivan Vigivski.

A filial ucraniana da rádio RFE/RL, citando fontes das forças de segurança, afirmou que o suspeito disse às autoridades que havia entrado em contato com agentes russos enquanto procurava informações sobre o paradeiro de seu filho, desaparecido na frente de batalha em 2023.

O homem, por sua vez, disse à imprensa que “tudo o que quero é que o veredicto seja emitido o mais rapidamente possível” para pedir para se juntar a uma troca de prisioneiros de guerra com a Rússia e “ir buscar o corpo do meu filho”.

Stselnikov afirmou ter escolhido sua vítima simplesmente porque ambos viviam em Lviv, no oeste da Ucrânia, onde ocorreu o assassinato.

Segundo a Polícia, Stselnikov disparou contra Parubiy oito vezes em plena luz do dia, confirmou que ele estava morto e depois fugiu. Foi preso na madrugada de segunda-feira.

Historiador de formação, Parubiy, de 54 anos, também era um destacado defensor da língua ucraniana, um tema de forte carga política.

Foi uma figura conhecida no movimento pró-europeu de Maidan em 2014, que exigia um estreitamento das relações com a Europa e um distanciamento da influência do Kremlin.

Nesse mesmo ano, a imprensa ucraniana relatou que Parubiy havia sobrevivido a uma tentativa de assassinato com granada.

A imprensa russa, por outro lado, indicou que Parubiy era procurado pelas autoridades de Moscou desde 2023.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo