Hitler ao contrário

Israel de Netanyahu pretende cancelar Hamas, muçulmanos e Árabes em peso do mapa do oriente médio

Imagem: Ahmad Gharabli/AFP

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Papa Francisco, na convicção dos crentes, é o porta-voz de Deus. Nietzsche corrigiria: “É o porta-voz da natureza”. Questão meramente semântica, vale nos dois casos. Francisco diz: “O mundo está desmoronando e talvez se aproxime de um ponto de ruptura”. Faltam poucas semanas para a nova rodada de negociações climáticas da ONU, convocada para Dubai, enquanto o papa solicita uma transição energética “vinculante” e passível de ser “monitorada”. Ao que tudo indica, o papa entende destas coisas.

Quando menino, cursei o primário no colégio das Marcelinas, lá inscrito porque meu pai, antifascista, sabia que aquelas freiras de graciosas toucas cartilaginosas não eram crentes de Mussolini. De fato, protegiam meninos judeus quando as leis raciais, na esteira de Hitler, já estavam em vigor. De todo modo, as Marcelinas retiravam da classe os não batizados e os levavam para brincar no belo parque atrás do colégio. Quanto aos batizados, estes não eram remetidos para uma marcha vagamente bélica, a exibir fardas ridículas, numa praça pública, onde desfilariam em homenagem ao Duce. Pelo contrário, poderiam almoçar em casa.

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14 comentários

João José de França Neto 11 de outubro de 2023 21h23
É por uma posição desta, a de Mino Carta, cujo posicionamento segue, pari passo, a Razão iluminista, diferente da Folha, que precisa agradar aos seus assinantes de Higienópolis e capitais $$ afins, que leio e seguirei assinando Carta Carta,
CLOVIS DEITOS 12 de outubro de 2023 11h34
Fico pensando a União Europeia apoiar esses massacres dos palestinos pelos sionistas, sabendo que são eles que terão que receber milhões de refugiados com todas as mazelas! Viva a burrice!
Paulo Cesar de Abreu Cobucci 12 de outubro de 2023 16h49
PCAC
Paulo Cesar de Abreu Cobucci 12 de outubro de 2023 16h50
PCAC
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 12 de outubro de 2023 19h57
o Hammas não é o povo palestino, nem o representa integralmente. Mas reverbera a tensão e o sentimento da região. Contudo, devemos perguntar: onde estava a formidável inteligência israelense, descobridora de nazistas nos quatro cantos do mundo, que deixou passar esse ataque? E, coincidentemente, quando Netanyhau, às voltas com processos por corrupção, quer amordaçar o Judiciário…
ROBERTO ERNESTO SCHMIDLIN 13 de outubro de 2023 18h51
Paradoxalmente, Israel age de forma muito semelhante ao regime nazista. Mas depois da segunda guerra quem critica Israel ou as políticas sionistas é logo tachado de nazista. Uma completa inversão dos fatos, uma confusão da qual se valem os fascistas do governo Netaniahu e seus aliados mundo afora.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 14 de outubro de 2023 23h32
É fato, caro Mino, que com a diáspora do Estado Palestino após a criação do Estado de Israel em 1948 houve a criação do grupo Al Fath, “reconquista”, em 1959 sendo um dos fundadores Yasser Arafat. Logo depois em 1987 surgiu nos territórios palestinos da Cisjordânia e Gaza, a Intifada, onde armados de paus e pedras que simbólica e romanticamente, jovens e crianças palestinos atacaram soldados israelenses que estavam fortemente armados, depois que um caminhão israelense atacou civis palestinos. Os territórios ocupados pelos palestinos eram mantidos em grau de extrema miséria , sem que o governo providenciasse melhorias em sua estrutura sanitária e urbana. A Intifada mostrou ao mundo que o Estado de Israel praticava uma política de segregação racial contra os palestinos. Cruel ironia, dada a história de perseguição contra os próprios judeus, que agora assumiam o papel de algozes. Para fazer frente a OLP e o grupo Al fatah, Israel convocou grupos rivais como o Hamas, que agora se volta contra o seu próprio patrocinador. Nos anos 30, Adolf Hitler fez uma intensa perseguição dos judeus, que se dispersaram pelo mundo. Alguns migraram para a Palestina, graças a propaganda e ao estímulo sionista, criado por Theodor Herzl no final do século XIX. O sionimso tinha como objetivo a criação do estado de Israel em algum ponto do planeta, decerto na Palestina. Um dos argumentos era que era bíblico que sua missão sagrada seria reconquistar Jerusalem, outro argumento era por uma visão imperialista de que a Palestina era uma terra de ninguém, uma terra sem povo e que deveria ser entregue a um povo sem terra, argumentos que convenceram a ONU? Grupos judaicos como a Stern e Irgun atacavam aldeias palestinas om táticas terroristas. O primeiro ministro de Israel, Benjamim Netanyahu é uma espécie de herdeiro político de Menahen Beguim e Golda Meir também primeiros ministros e ideologias sionistas. Depois dos ataques do Hamas a civis israelenses, que lamentamos profundamente, vemos a escalada de terror contra civis na faixa de Gaza para caçar os palestinos do Hamas, do poderoso exército israelense com apoio das potências como dos Estados Unidos e da União Europeia. Numa triste analogia, com sinais trocados do velho testamento hebreu em que se colocam David palestinos contra Golias exército israelense e aliados. A solução seria um cessar fogo urgente e retirada dos civis palestinos da faixa de Gaza, depois a destituição de Netanyahu do poder com a sua prisão pelos crimes cometidos e a criação do Estado da Palestina que sempre pertenceu a este povo.
FRANCISCO EDUARDO DE CARVALHO VIOLA 14 de outubro de 2023 23h38
aqui o gado sempre confirmando seu destino bovino seguindo palavras de ordem das quais desconhece a origem, só se atrekam a correntes que aproveitam da ingenuidade ou daxesoectativacde tirar vantagens. evangelismos, liberalismos, facismo e por aí vai.
joao medeiros 16 de outubro de 2023 13h03
Está tudo ao avesso, Davi e Golias inverteram seus papeis para reescreveram os antigos costumes patriarcais depressivos e negacionista dos valores de cristo! O problema é que a pedra e a funda mágica mudou, e, agora, pode ocasionar o holocausto e a eliminação reciproca, através da crença e idiotização da falácia da encarnação por Deus de um filho Anticristo.
Paulo Cesar de Abreu Cobucci 16 de outubro de 2023 15h26
PCAC
Giovani Lima Montenegro 17 de outubro de 2023 04h36
Perfeita análise pela imparcialidade. Engraçado como vemos outros veículos se posicionando apenas ao lado de Israel. Esquecendo-se que se Israel estalar os dedos acaba com toda minoria população palestina roubando o direito deles existirem. Apesar da Palestina estar sequestrada por grupos radicais, isso não tira o direito do povo palestino existir.
José Carlos Gama 18 de outubro de 2023 12h19
Dizem que se aprende com dor, não é o caso do Judeus.
Maria 20 de outubro de 2023 01h41
Mino Carta Dante Alighieri deve estar orgulhoso como eu estou de meu ex colega. GENIAL comparar o hiper brutal ataque a civis palestinos por líderes israelenses a brutalidades nazistas. Concordo ! É a maneira de esclarecer historicamente os chocantes e horrendos eventos no Oriente Médio. Como sempre Carta Capital me empolga pela elegância e estilo da redação. Empolga ainda mais e agrada de maneira especial iniciar mencionando nosso amado Papa Francisco. PARABÉNS !
Maria 20 de outubro de 2023 01h48
Veja meu comentário sou ex aluna do Dante Maria Inês Rocha e Silva Lacey

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