História sufocada

A Rússia de Putin ignora o centenário da morte de Vladimir Lenin

À moda de Stalin. Saudoso do czarismo, Putin trata Lenin como vilão e tenta apagar seu legado – Imagem: Presidência da Rússia e Arquivo TASS/AFP

Apoie Siga-nos no

O centenário da morte, no domingo 21, de Vladimir ­Lenin, um dos mais influentes líderes do século XX, passou praticamente em branco em seu país natal, a Rússia, onde o revolucionário é acusado de depositar uma “bomba-relógio” sob a nação e a Ucrânia que explodiu na última década. Não houve desfiles ou discursos entusiasmados na Praça Vermelha. O motivo óbvio: um dos críticos mais estridentes do líder bolchevique é o presidente Vladimir Putin, enamorado pelo império que os revolucionários comandados por Lenin derrubaram.

Muitas vezes retratado na cultura soviética oficial como uma figura avoenga e acalentadora que propiciou a revolução de 1917, o legado de Lenin tem sido repintado em tons mais escuros, apesar de alguns pedidos para que o assunto seja deixado de lado, tanto retórica quanto corporalmente. “Na minha opinião, o centésimo aniversário da morte de Lenin cria uma oportunidade para tentarmos nos distanciar de uma discussão interminável, apaixonada e sem sentido, sobre o dilema: ele é um anjo celestial ou um anticristo monstruoso, a personificação do Mal terreno absoluto?”, afirmou ­Vladimir Lukin, senador russo que foi comissário de direitos humanos. “Se a oportunidade será usada é outra questão.”

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 31 de janeiro de 2024 15h27
Não esqueçamos que Putin era coronel do KGB - a espada e o escudo do Partido- cria dileta de Stalin, que a copiou da Okrana czarista e que gerou, ainda a GESTAPO, a Stazi e, em certa medida, a própria CIA. Portanto, o atual czar russo tem mais viés stalinista do que czarista.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.