O centenário da morte, no domingo 21, de Vladimir Lenin, um dos mais influentes líderes do século XX, passou praticamente em branco em seu país natal, a Rússia, onde o revolucionário é acusado de depositar uma “bomba-relógio” sob a nação e a Ucrânia que explodiu na última década. Não houve desfiles ou discursos entusiasmados na Praça Vermelha. O motivo óbvio: um dos críticos mais estridentes do líder bolchevique é o presidente Vladimir Putin, enamorado pelo império que os revolucionários comandados por Lenin derrubaram.
Muitas vezes retratado na cultura soviética oficial como uma figura avoenga e acalentadora que propiciou a revolução de 1917, o legado de Lenin tem sido repintado em tons mais escuros, apesar de alguns pedidos para que o assunto seja deixado de lado, tanto retórica quanto corporalmente. “Na minha opinião, o centésimo aniversário da morte de Lenin cria uma oportunidade para tentarmos nos distanciar de uma discussão interminável, apaixonada e sem sentido, sobre o dilema: ele é um anjo celestial ou um anticristo monstruoso, a personificação do Mal terreno absoluto?”, afirmou Vladimir Lukin, senador russo que foi comissário de direitos humanos. “Se a oportunidade será usada é outra questão.”
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login