Mundo
Hezbollah rejeita qualquer cessar-fogo com Israel que viole a ‘soberania’ do Líbano
Israelenses defendem acordo de cessar-fogo que preserve ‘liberdade de ação’
O líder do Hezbollah descartou, nesta quarta-feira 20, qualquer cessar-fogo que viole a “soberania” do Líbano, depois de Israel ter indicado que mesmo com o fim das hostilidades pretendia preservar a sua “liberdade de ação” contra o movimento islamista pró-iraniano.
Israel não pode “impor as suas condições”, afirmou o líder do Hezbollah, Naim Qassem, em um discurso gravado transmitido nesta quarta-feira, no qual rejeitou uma trégua que viole “a soberania” do Líbano e ameaçou atacar Tel Aviv.
“Israel não pode nos derrotar nem pode impor as suas condições”, reiterou, sublinhando que “o inimigo israelense não pode penetrar quando quiser” no território libanês.
Israel “atacou o coração da capital, Beirute, por isso deve esperar por uma resposta no centro de Tel Aviv”, acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, por sua vez, afirmou que qualquer acordo de cessar-fogo no Líbano deve preservar a “liberdade de ação” de Israel para atacar o Hezbollah.
“Em qualquer acordo que chegarmos, teremos que manter a liberdade de ação em caso de violações” do cessar-fogo, disse Saar aos embaixadores estrangeiros antes da chegada do enviado dos EUA Amos Hochstein para discutir uma trégua.
Hochstein reuniu-se na terça e quarta-feira com o presidente libanês, Nabih Berri, que atua como intermediário com o Hezbollah, para discutir o plano de cessar-fogo dos EUA apresentado na semana passada aos líderes do país.
“Fizemos progressos adicionais (…)”, disse Hochstein após a reunião desta quarta-feira com Berri. “Irei a Israel dentro de algumas horas para tentar concluir isso”, acrescentou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



