Herói para quem?

Cultuado no Ocidente, Mikhail Gorbachev deixou legado ambíguo para a sociedade russa

Em tese, Gorbachev imaginava democratizar e não esfacelar a União Soviética - Imagem: Heinz Wieseler/DPA/AFP

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Ultimo líder soviético, res­pon­sável por firmar his­tóricos acordos de re­du­ção do ar­se­nal nuclear com os EUA e encerrar a Guerra Fria sem derramamento de sangue, Mikhail Gorbachev morreu na ­terça-feira 30, aos 91 anos, após prolongada batalha contra uma doença não revelada pelas au­toridades russas. Suas reformas promoveram uma abertura política e econômica sem precedentes, mas não evitaram o colapso da União Soviética, com o reconhecimento da independência de 15 Estados.

Oriundo de uma família de camponeses da cidade russa de Stavropol, Gorbachev conciliou os estudos secundários com o trabalho agrícola, auxiliando o pai na lida com uma colheitadeira. Em 1952, ingressou no Partido Comunista e, três anos mais tarde, graduou-se em Direito pela Universidade de Moscou. Com a experiência adquirida no campo, foi designado para a chefia do departamento de agricultura de Stavropol no início dos anos 1960 e, ao término daquela década, havia chegado ao topo da hierarquia partidária na região. Era uma estrela em ascensão.

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3 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 6 de setembro de 2022 16h52
Mikhail Gorbachev virou sinônimo de rendição e de covardia para os russos e milhões de comunistas no mundo perante o imperialismo ocidental. Esse, certamente não deixará saudades, pois qual o legado que deixou? Máfias, entreguismo, desemprego, esfacelamento do socialismo, desmoronamento da URSS, submissão às vontades de Ronald Reagan e Margareth Thatcher. Assim podemos entender a indiferença do presidente russo Vladmir Putin em seu velório. Dizem que ele trouxe democracia no mundo, mas qual democracia? Gorby ajudou a trazer a ditadura do mercado e junto com a dupla Reagan-Tacher, além de Lech Valessa e João Paulo II, o fim de um sonho que pode voltar depois do fim da história dito por um tal Francis Fukuyama.
ERICO RODRIGO MINEIRO PEREIRA 3 de setembro de 2022 14h11
A China, potência de caráter político e econômico semelhante, persistiu com reformas, embora polêmicas. Além de Cuba. No mínimo, esses países podem hoje ostentar projetos de desenvolvimento fora do alcance ostensivo do neoliberalismo em nível mundial. No caso da URSS, desperdiçou-se por volta de setenta anos de experiência histórica.
Jusemar Sauerbronn 2 de setembro de 2022 22h33
Depois de de curvar perante os EUA e de destruir a União soviética, liquidou o Pacto de Varsóvia mas manteve a OTAN. Matou milhões de russos, liquidou a indústria e a agircultura russa, a transformou em um caos social e econômico e termina a vida como o moleque de propaganda da Pizzaa Hut.Nada m ais emblelmático! e seus militares Parece até os governantes brasileiros golpistas!

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