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Hamas rejeita última contraproposta de Israel sobre trégua em Gaza

O movimento palestino acusa Tel-Aviv de ‘obstruir uma proposta do Egito e do Catar e de tentar fazer o acordo descarrilar’

Hamas rejeita última contraproposta de Israel sobre trégua em Gaza
Hamas rejeita última contraproposta de Israel sobre trégua em Gaza
Palestinos inspecionam uma cratera no local de ataques israelenses em um campo de deslocados improvisado no centro da cidade de Gaza em 23 de março de 2025. Créditos: Omar AL-QATTAA / AFP
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O Hamas rejeitou, nesta quarta-feira 2, a última contraproposta de Israel nas negociações indiretas para restabelecer uma trégua em Gaza e libertar reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, informaram autoridades do movimento islamista.

“O Hamas decidiu não responder à última proposta israelense apresentada por meio de mediadores”, declarou um dos responsáveis sob anonimato, acusando Israel de “obstruir uma proposta do Egito e do Catar e de tentar fazer o acordo descarrilar”.

Ao confirmar a recusa do movimento islamista palestino em negociar com base na última contraproposta israelense, outro dirigente do Hamas pediu aos “mediadores e à comunidade internacional que forcem [Israel] a se comprometer com a proposta dos mediadores”.

Depois de dois meses de trégua em Gaza e de várias semanas de negociações infrutíferas para estendê-la, Israel retomou em 18 de março os bombardeios e a ofensiva terrestre em Gaza, após afirmar que a pressão militar é o único caminho para forçar o Hamas a libertar os reféns, vivos ou mortos, ainda em seu poder.

Egito, Catar e Estados Unidos tentam conseguir uma nova trégua e assegurar a libertação dos reféns israelenses.

Um alto dirigente do Hamas disse no sábado que o movimento havia aprovado uma nova proposta de cessar-fogo, enquanto o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicou que havia submetido uma contraproposta cujos detalhes não foram divulgados.

Segundo um representante do Hamas, a proposta egípcio-catari incluía uma trégua de 50 dias durante os quais o Hamas libertaria cinco soldados israelenses, um deles de nacionalidade americana, em troca de 250 palestinos presos em Israel.

A mesma fonte indicou que essa proposta também incluía a retirada das forças israelenses das regiões de Gaza para as quais retornaram e a entrada de ajuda humanitária.

A primeira fase da trégua, iniciada em 19 de janeiro, propiciou o retorno de 33 reféns israelenses, oito dos quais estavam mortos, em troca de aproximadamente 1.800 presos palestinos.

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