Mundo
Hamas rejeita última contraproposta de Israel sobre trégua em Gaza
O movimento palestino acusa Tel-Aviv de ‘obstruir uma proposta do Egito e do Catar e de tentar fazer o acordo descarrilar’


O Hamas rejeitou, nesta quarta-feira 2, a última contraproposta de Israel nas negociações indiretas para restabelecer uma trégua em Gaza e libertar reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, informaram autoridades do movimento islamista.
“O Hamas decidiu não responder à última proposta israelense apresentada por meio de mediadores”, declarou um dos responsáveis sob anonimato, acusando Israel de “obstruir uma proposta do Egito e do Catar e de tentar fazer o acordo descarrilar”.
Ao confirmar a recusa do movimento islamista palestino em negociar com base na última contraproposta israelense, outro dirigente do Hamas pediu aos “mediadores e à comunidade internacional que forcem [Israel] a se comprometer com a proposta dos mediadores”.
Depois de dois meses de trégua em Gaza e de várias semanas de negociações infrutíferas para estendê-la, Israel retomou em 18 de março os bombardeios e a ofensiva terrestre em Gaza, após afirmar que a pressão militar é o único caminho para forçar o Hamas a libertar os reféns, vivos ou mortos, ainda em seu poder.
Egito, Catar e Estados Unidos tentam conseguir uma nova trégua e assegurar a libertação dos reféns israelenses.
Um alto dirigente do Hamas disse no sábado que o movimento havia aprovado uma nova proposta de cessar-fogo, enquanto o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicou que havia submetido uma contraproposta cujos detalhes não foram divulgados.
Segundo um representante do Hamas, a proposta egípcio-catari incluía uma trégua de 50 dias durante os quais o Hamas libertaria cinco soldados israelenses, um deles de nacionalidade americana, em troca de 250 palestinos presos em Israel.
A mesma fonte indicou que essa proposta também incluía a retirada das forças israelenses das regiões de Gaza para as quais retornaram e a entrada de ajuda humanitária.
A primeira fase da trégua, iniciada em 19 de janeiro, propiciou o retorno de 33 reféns israelenses, oito dos quais estavam mortos, em troca de aproximadamente 1.800 presos palestinos.
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