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Gustavo Petro toma posse e marca chegada da esquerda ao poder na Colômbia

O progressista assume um país empobrecido e com um alto índice de desemprego

Foto: Juan BARRETO / AFP
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Uma grande festa popular marca a posse do presidente Gustavo Petro e de sua vice, Francia Márquez neste domingo 7. O economista e ex-guerrilheiro assume um país empobrecido, com um alto índice de desemprego, de juros, milhares de imigrantes venezuelanos e que há poucos meses foi abalado por violentos protestos populares.

Com longa trajetória política e um polêmico passado guerrilheiro, aos 62 anos, Petro toma posse em uma Colômbia esperançosa de um panorama favorável à população. Após concorrer pela terceira vez ao cargo, o esquerdista foi eleito em junho passado com mais de 11 milhões de votos. Durante sua gestão, prevista até 2026, Petro deve implementar reformas estruturais e éticas, conforme prometeu durante a campanha presidencial.

O novo presidente colombiano quer que sua posse seja “uma grande festa popular”. O evento começa às 10h pelo horário local (meio-dia em Brasília), mas a cerimônia oficial está prevista para as 15h locais (17h em Brasília).

Um forte esquema de segurança foi organizado para que mais de cem mil pessoas possam assistir às celebrações na Praça Bolívar, em Bogotá, onde artistas e personalidades colombianas irão se apresentar. A posse será transmitida em 32 cidades do país.

Petro pediu que a espada original do herói nacional Simón Bolívar seja exibida durante o evento. O objeto histórico, dentro de uma urna de vidro blindado e sob vigilância policial, poderá ser admirado de perto pelos colombianos. Curioso é que esta mesma peça havia sido roubada pelo M-19, grupo guerrilheiro do qual Petro fez parte no passado.

Entre os convidados confirmados para a posse estão o Rei Felipe VI da Espanha, o presidente do Chile, Gabriel Boric, do Equador, Guillermo Lasso, e da República Dominicana, Luis Abinader. Também marcarão presença na cerimônia a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff e os ex-presidentes da Bolívia Evo Morales e do Uruguai Pepe Mujica.

Gabinete ainda incompleto

Embora conte com boa margem de manobra, tanto popular como no Senado e na Câmara da Colômbia, Petro vem encontrando dificuldades para recrutar sua equipe de ministros e seu governo começará incompleto. Para os 18 ministérios, apenas oito nomes foram anunciados.

Para a pasta da Fazenda foi escolhido José Antonio Ocampo, um prestigiado economista. O Ministério da Defesa será ocupado por Iván Velásquez, que liderou a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala. Para a pasta de Relações Exteriores, foi nomeado Álvaro Leyva Durán, político conservador e reconhecido por ser um dos célebres gestores da paz no país. Já o recém criado Ministério da Igualdade será liderado pela vice-presidente Francia Márquez, que é advogada e ambientalista.

Outras lacunas do governo de Petro dizem respeito aos departamentos administrativos. Os motivos da demora das nomeações se devem à alegada necessidade de equilíbrio na escolha entre os integrantes da coligação Pacto Histórico, que apoiou Petro a chegar à presidência. Além disso, várias pessoas convidadas por Petro se recusaram a ocupar os cargos propostos.

Nos dias que antecederam sua chegada ao poder, o esquerdista se encontrou com o presidente Iván Duque (2018 e 2022), de quem recebe a faixa neste domingo. No protocolo de passagem de poder, Petro foi condecorado. Ele também participou de uma cerimônia de “posse ancestral”, celebrada por indígenas na Serra Nevada de Santa Marta, no norte da Colômbia.

Desde a campanha presidencial, o ex-guerrilheiro manifestou o desejo de preservar a natureza de seu país natal. Por isso, escolheu como imagem de seu governo as paisagens naturais do rio Caño Cristales, marcando assim sua familiaridade com regiões remotas e rurais colombianas.

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