Mundo
Günter Grass contra Israel
Declaração do maior escritor alemão vivo – e que já integrou grupo nazista – gera reação do premier israelense
Israel, não o Irã, é a potência atômica a ameaçar a paz mundial. É o que escreve Günter Grass no seu poema intitulado O que precisa ser dito, publicado na quarta-feira 4 pelo diário Süddeutsche Zeitung. O escritor alemão diz de forma implícita que o povo iraniano será erradicado por causa de Mahmoud Ahmadinejad.
Do alto de seus 85 anos, o escritor tem razão. Israel ameaça atacar o Irã e o presidente iraniano, que costuma pregar a eliminação de Israel do mapa, não passa de um falastrão populista. Por sua vez, Israel é de fato uma potência com “arsenal nuclear crescente”.
Mas o que disse o Prêmio Nobel de Literatura disse de novo? Nada.
Já em 1986 Mordechai Vanunu revelou que o programa nuclear israelense ia de vento em popa.
E, como lembrou o historiador Tom Segev no diário israelense Haaretz, há meses o governo do premier Benjamin Netanyahu rumina a iminência de um ataque contra Teerã. A crítica de Segev a Grass é, porém, limitada. O historiador narra, por exemplo, que “a comparação entre Israel e Irã é injusta, pois ao contrário do Irã, Israel jamais ameaçou outro país”.
Israel jamais ameaçou outro país? E o que o que faz então – diariamente – o governo israelense na Cisjordânia e em Gaza?
No entanto, desta feita Benjamin Netanyahu tinha de dar o troco a alguém a agredir Israel. O premier israelense afirmou que não ficou surpreso com o poema de Grass porque “durante seis décadas ele escondeu o fato de ter integrado as Waffen SS”.
De fato, Grass admitiu na sua autobiografia publicada seis anos atrás que aos 17 anos fez parte das Waffen SS hitlerianas e lutou na Segunda Guerra Mundial.
O homem, claro, pode mudar. Grass, considerado o maior escritor vivo da língua alemã, é um ativo integrante do Partido Social-Democrata de seu país (SPD). E aquela legenda, ao contrário do PSDB canarinho, segue um programa de centro-esquerda.
Mas, um adolescente com idade suficiente para exercer funções nas tropas de Hitler dificilmente apaga essa trágica mancha na velhice.
Mesmo tendo razão, Günter Grass não é qualificado para opinar contra Israel.
Israel, não o Irã, é a potência atômica a ameaçar a paz mundial. É o que escreve Günter Grass no seu poema intitulado O que precisa ser dito, publicado na quarta-feira 4 pelo diário Süddeutsche Zeitung. O escritor alemão diz de forma implícita que o povo iraniano será erradicado por causa de Mahmoud Ahmadinejad.
Do alto de seus 85 anos, o escritor tem razão. Israel ameaça atacar o Irã e o presidente iraniano, que costuma pregar a eliminação de Israel do mapa, não passa de um falastrão populista. Por sua vez, Israel é de fato uma potência com “arsenal nuclear crescente”.
Mas o que disse o Prêmio Nobel de Literatura disse de novo? Nada.
Já em 1986 Mordechai Vanunu revelou que o programa nuclear israelense ia de vento em popa.
E, como lembrou o historiador Tom Segev no diário israelense Haaretz, há meses o governo do premier Benjamin Netanyahu rumina a iminência de um ataque contra Teerã. A crítica de Segev a Grass é, porém, limitada. O historiador narra, por exemplo, que “a comparação entre Israel e Irã é injusta, pois ao contrário do Irã, Israel jamais ameaçou outro país”.
Israel jamais ameaçou outro país? E o que o que faz então – diariamente – o governo israelense na Cisjordânia e em Gaza?
No entanto, desta feita Benjamin Netanyahu tinha de dar o troco a alguém a agredir Israel. O premier israelense afirmou que não ficou surpreso com o poema de Grass porque “durante seis décadas ele escondeu o fato de ter integrado as Waffen SS”.
De fato, Grass admitiu na sua autobiografia publicada seis anos atrás que aos 17 anos fez parte das Waffen SS hitlerianas e lutou na Segunda Guerra Mundial.
O homem, claro, pode mudar. Grass, considerado o maior escritor vivo da língua alemã, é um ativo integrante do Partido Social-Democrata de seu país (SPD). E aquela legenda, ao contrário do PSDB canarinho, segue um programa de centro-esquerda.
Mas, um adolescente com idade suficiente para exercer funções nas tropas de Hitler dificilmente apaga essa trágica mancha na velhice.
Mesmo tendo razão, Günter Grass não é qualificado para opinar contra Israel.
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