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Guerra na Ucrânia ameaça segurança alimentar global, diz FAO

A Rússia foi acusada na ONU de causar uma ‘crise global de alimentos’ ao atacar a Ucrânia e desencadear uma guerra entre duas potências produtoras de grãos

Um militar ucraniano caminha entre os escombros do shopping Retroville após um ataque russo em Kiev em 21 de março. Pelo menos seis pessoas morreram (Foto: ARIS MESSINIS / AFP)
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A guerra na Ucrânia coloca em risco a segurança alimentar global, bem como a recuperação econômica após a pandemia de Covid-19, afirmou o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, na terça-feira em Quito.

O mundo “sofreu o impacto dos efeitos da guerra na Ucrânia, nos preços dos alimentos e fertilizantes” que estão em alta, afirmou Qu Dongyu durante a abertura da 37ª Conferência para América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que começou na segunda-feira na capital equatoriana.

“Isso ameaça consumidores e produtores, e também pode afetar a recuperação econômica após a pandemia”, acrescentou o diretor da FAO.

Ele argumentou que as consequências “podem ser ainda piores, dependendo de como o conflito se desenvolve” e pediu a “proteção das pessoas contra a fome”.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, de onde cerca de quatro milhões de pessoas fugiram da guerra, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

A Europa não tinha visto um afluxo tão grande de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.

A Rússia foi acusada na terça-feira na ONU de causar uma “crise global de alimentos” que poderia levar à “fome” ao atacar a Ucrânia e desencadear uma guerra entre duas potências produtoras de grãos.

Durante a conferência regional da FAO em Quito, que irá até sexta-feira, Qu Dongyu pediu a identificação das principais ações multilaterais para reduzir o impacto da “crise” devido ao aumento dos preços dos alimentos.

“Nenhum país será grande o suficiente ou poderoso o suficiente para enfrentar esse problema sozinho”, alertou.

O diretor da FAO ressaltou que a América Latina e o Caribe, com cerca de 650 milhões de habitantes, segundo a ONU, produzem alimentos suficientes em termos de calorias para sustentar a vida de cerca de 1,3 bilhão de pessoas.

“Mas até 2050 isso não será mais suficiente. Teremos que apoiar quase 10 bilhões de pessoas” globalmente, acrescentou.

Ele indicou que a região é a mais biodiversa e possui uma riqueza ímpar, que representa 13% da produção agrícola e pesqueira mundial, além de 34% dos recursos de água doce do planeta.

No entanto, “a pandemia atingiu duramente a América Latina e o Caribe. A fome, a insegurança alimentar, a obesidade e a pobreza estão aumentando, e os recursos naturais e o ecossistema enfrentam degradação”, alertou.

Ministros da região se reúnem com o objetivo de promover dietas saudáveis, promover o desenvolvimento rural inclusivo e promover a agricultura sustentável e resiliente, segundo a FAO.

 

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