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Guerra de facções

Chega ao fim o precário equilíbrio entre os grupos militares que dividem o poder no Sudão

Boatos. Os paramilitares do RSF afirmam ter tomado o palácio, mas as forças oficiais negam – Imagem: AFP
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Sudão mergulhou numa crise violenta há muito temida, no sábado 15, quando uma luta amarga pelo poder pareceu estourar entre as duas facções principais do regime militar no governo. Ao menos 25 mortes foram registradas nos confrontos no vasto e estratégico país do Leste africano durante intensos combates entre as forças armadas sudanesas e os paramilitares da Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), de acordo com o Comitê de Médicos do Sudão, uma ONG local. Atualização de CartaCapital: até o fechamento desta edição, o número de mortos passava de 180.

A luta ameaça desestabilizar não apenas o Sudão, mas grande parte da região, além de exacerbar uma batalha por influência que envolve as principais potências do Golfo, bem como os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia. As forças armadas sudanesas são amplamente leais a ­Abdulfatah al-Burhan, o atual governante de fato do país, enquanto a RSF, uma coleção de milícias, segue o controverso ex-chefe guerreiro Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como Hemedti. “Acalmou um pouco, mas não parece que vai diminuir. Eles começaram a atirar nas primeiras horas e eu pensei que ainda poderiam ser escaramuças, mas então a força aérea se envolveu e os dois comandantes foram à televisão e sua linguagem não indicava que buscavam uma solução pacífica”, disse a analista Kholood Khair, em Cartum. “Há muita propaganda de guerra e desinformação de ambos os lados… mas muitos países da região ­veem isso como um fim de jogo militar com as forças armadas sudanesas superando a RSF. Hemedti também pode ter superestimado seu apoio popular. A população do Sudão quer democracia, mas não acredita que nenhum desses atores vá trazê-la.”

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