Mundo
Guatemala tem quase 800 evacuados após erupção de vulcão
Moradores foram levados a abrigos em várias localidades do país


Cerca de 800 pessoas foram evacuadas na quinta-feira 5 na Guatemala após a erupção do vulcão Fuego, localizado 35 km ao sudoeste da capital, informou o órgão de proteção civil, que declarou alerta laranja.
O colosso, considerado o vulcão mais ativo da América Central, provocou em 2018 uma avalanche que arrasou uma comunidade, com saldo de 215 mortos e um número semelhante de desaparecidos.
“Preferimos sair do que depois lamentar a morte de todas as pessoas da aldeia”, disse à AFP Celsa Pérez, de 25 anos, evacuada com sua família da comunidade de Morelia para um abrigo no município de Santa Lucía Cotzumalguapa, no departamento de Escuintla.
A mulher, que trabalha vendendo roupas usadas, explicou que líderes de sua aldeia tocaram um sino para ordenar a evacuação. “Não pensamos nem uma, nem duas vezes”, afirmou.
Um total de 786 pessoas foram levadas a abrigos de várias comunidades nos departamentos (províncias) de Escuintla, Chimaltenango e Sacatepéquez, que compartilham o território do vulcão, anuncio Juan Laureano, porta-voz da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred).
Vídeos divulgados pela Conred mostraram diversos moradores, entre eles crianças, embarcando em ônibus sob uma chuva de água e cinzas.
Famílias com crianças precisaram ser evacuadas – Foto: JOHAN ORDONEZ/AFP
O diretor do Instituto de Vulcanologia (Insivumeh), Edwin Rojas, afirmou que as colunas de fumaça e cinzas da erupção, que começou na quarta-feira, ultrapassaram os 7 mil metros de altura.
Também pediu precaução com as avalanches de material ardente, conhecidas como fluxos piroclásticos que descem pelas encostas, pois algumas atingem sete quilômetros. Ele espera que a atividade do vulcão diminua nas próximas horas.
O governo suspendeu as aulas em 43 centros educativos nos departamentos afetados e fechou uma estrada que faz fronteira com o vulcão e conecta o sul do país à cidade colonial de Antigua, principal atração turística da Guatemala e Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1979.
O Instituto também alertou para “correntes” de material incandescente, conhecidos como fluxos piroclásticos, que descem pelas encostas.
Antes do aumento da atividade, o maciço estava dentro de “parâmetros” considerados “normais”, com “explosões fracas e moderadas”.
Sua última erupção foi em março, quando provocou a evacuação temporária de mil pessoas.
O vulcão Fuego é um dos três vulcões ativos da Guatemala, junto com Pacaya (sul) e Santiaguito (oeste).
Em 1932, uma erupção do vulcão Fuego lançou cinzas que chegaram a El Salvador (a 125 km de distância) e Honduras (a 175 km).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Vulcão ativo na Rússia entra em erupção após terremoto
Por Carta Capital
Ônibus cai de barranco e deixa mais de 50 mortos na Guatemala
Por AFP
Juiz ordena cancelamento de partido político do presidente da Guatemala
Por AFP