Mundo
Grupo ligado à Al-Qaeda assume controle total de cidade no Iraque
Fontes dos serviços de segurança afirmam que grupo sunita designou um governo para Fallujah, cidade declarada como “estado islâmico”
Um grupo vinculado à Al-Qaeda assumiu o controle total neste sábado 4 da cidade iraquiana de Fallujah, após dias de confrontos provocados pelo desmantelamento de um acampamento de opositores ao primeiro-ministro xiita, Nuri al- Maliki, na província sunita de Al-Anbar.
De acordo com fontes dos serviços de segurança, o grupo extremista sunita designou um governo para a cidade declarada como um “estado islâmico” pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).
Um jornalista da AFP em Fallujah relatou que este grupo ligado à Al-Qaeda controla toda a cidade. Não há sinais da presença das forças de segurança e nem de milícias opostas ao grupo extremista nas ruas.
Nos arredores da cidades, ainda são registrados combates esporádicos neste sábado, um dia após um bombardeio pelo exército e de combates entre o EIIL e a polícia apoiada por tribos locais. O fornecimento de energia elétrica está completamente suspenso e há falta de combustível na região.
Ao menos 32 civis e 71 combatentes da Al-Qaeda morreram na sexta-feira 3 em confrontos em Fallujah e Ramadi (100 km ao oeste de Bagdá), segundo fontes do ministério do Interior. “As forças policiais e das tribos controlam grande parte dos setores de Ramadi e a cidade está tranquila”, disse uma autoridade da polícia.
Os combates entre os insurgentes e as forças de segurança começaram na segunda-feira em Ramadi após o desmantelamento do acampamento de opositores ao governo. A violência rapidamente se espalhou para a cidade vizinha da Fallujah.
De acordo com uma testemunha, em Fallujah centenas de homens armados realizaram a tradicional oração da sexta-feira no centro da cidade. Vários deles carregavam bandeiras da Al-Qaeda. “Um deles se dirigiu aos fiéis, declarando Fallujah ‘estado islâmico’ e instando-os a apoiá-los contra o exército (do primeiro-ministro Nuri) Al-Maliki”, relatou.
Dois anos após a retirada dos últimos soldados americanos, em dezembro de 2011, Al-Anbar volta a ser palco de um aumento do poder dos extremistas. Desde então, Bagdá tenta enfrentar os insurgentes, inflamados pelo conflito na vizinha Síria, e o descontentamento da comunidade sunita.
A província de maioria sunita de Al-Anbar é há um ano epicentro de uma contestação ao primeiro-ministro, um xiita acusado de marginalizar os sunitas.
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