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Grupo de 30 ex-chefes de Estado e governo pede a Lula ‘compromisso com democracia’ na Venezuela
Os ex-mandatários argumentam que Nicolás Maduro promoveu um ‘sequestro da soberania popular’


Um grupo de 30 ex-chefes de Estado e governo de países latino-americanos e da Espanha mandou uma carta ao presidente Lula (PT) pedindo que ele “reafirme o seu compromisso com a democracia” na Venezuela.
O documento foi enviado nesta segunda-feira 5 por integrantes do grupo Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA). Assinam a carta, entre outros, Mauricio Macri (Argentina), Guillermo Lasso (Equador), Álvaro Uribe e Iván Duque (Colômbia).
“Os ex-chefes de Estado e de Governo que subscrevem esta mensagem exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, diz um trecho.
Na carta, o grupo alega que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, promoveu um “sequestro da soberania popular” e que ele deseja se manter no poder “por meio de uma política de Estado repressiva e mediante a violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos”. Os ex-mandatários definem a situação venezuelana como um “escândalo”.
Desde o pleito de 28 de julho, a Venezuela vem sendo pressionada por parte da comunidade internacional, que desconfia da legitimidade da vitória de Maduro, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral.
Insatisfeito com as cobranças, o chavista já expulsou do país embaixadores de nações cujos governos não reconheceram o resultado, a exemplo de Argentina e Chile.
No caso brasileiro, o Itamaraty já cobrou a publicação das atas eleitorais. Exigências no mesmo tom partiram recentemente do assessor especial da Presidência Celso Amorim, embora ele tenha criticado os Estados Unidos pelo reconhecimento da vitória do opositor Edmundo González.
Lula, por sua vez, tampouco reconheceu atestou a vitória de Maduro. Na semana passada, em entrevista, o petista disse que a solução para o conflito seria a publicação das atas.
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