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Governo Trump exige que Harvard entregue documentos de estudantes estrangeiros

Desde que assumiu o cargo, o magnata lançou uma campanha contra universidades americanas de elite

Governo Trump exige que Harvard entregue documentos de estudantes estrangeiros
Governo Trump exige que Harvard entregue documentos de estudantes estrangeiros
Harvard segue na mira de Donald Trump. Na mais recente ação, o republicano decidiu cancelar os contratos governamentais com a universidade. Foto: Joseph Prezioso / AFP
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O governo dos Estados Unidos exigiu que a Universidade de Harvard entregue os registros de estudantes supostamente envolvidos em protestos pró-palestinos, que considera antissemitas, e ameaçou revogar sua certificação após acusá-la de violar a lei dos direitos civis.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente Donald Trump lançou uma campanha contra universidades americanas de elite, acusando-as de serem redutos de antissemitismo e de implementar políticas “woke que favorecem a diversidade e a inclusão.

No caso de Harvard, congelou mais de 3,2 bilhões de dólares (17,47 bilhões de reais) em financiamento federal e tomou uma série de medidas para impedir a matrícula de estrangeiros, que representam mais de um quarto dos alunos e uma importante fonte de receita.

O Departamento de Segurança Interna (DHS) informou que estava enviando “intimações compulsórias” a Harvard exigindo que fornecesse “informações relevantes relacionadas a estudantes estrangeiros”.

O DHS acusa Harvard de “permitir que estudantes estrangeiros abusem de seus privilégios de visto e defendam a violência e o terrorismo no campus”, referindo-se aos protestos que pedem o fim da guerra de Israel em Gaza.

O governo Trump também notificou o órgão de credenciamento de Harvard, nesta quarta-feira, de que a instituição viola a lei federal de direitos civis e sugeriu que há “provas concretas” para revogar seu credenciamento, a garantia pública de que a universidade oferece uma educação de qualidade supervisionada por uma autoridade externa independente.

Essa ameaça surge após o governo ter acusado a universidade, na semana passada, de violar a lei de direitos civis ao permitir a discriminação contra estudantes judeus.

Harvard respondeu afirmando que, embora “as intimações do governo sejam injustificadas, a universidade continuará cooperando com as solicitações e obrigações legais” e considera as ações do Executivo “retaliatórias”.

“Harvard continua defendendo a instituição e a seus alunos, professores e funcionários contra a interferência prejudicial do governo, que visa ditar quem as universidades privadas podem admitir e contratar, e o que podem ensinar”, acrescentou.

Trump transformou os protestos estudantis, especialmente os de alunos e acadêmicos estrangeiros, em uma questão política.

A Casa Branca anunciou no mês passado que proibiria a entrada no país da maioria dos novos estudantes internacionais de Harvard e ameaçou revogar os vistos dos matriculados, mas um juiz bloqueou a medida.

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