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Governo Lula critica ‘perseguição’ a opositores na Venezuela e fala em ‘gestos de distensão’ de Maduro
O chavista iniciou nesta sexta-feira 10 seu terceiro mandato presidencial


O governo Lula (PT), por meio do Itamaraty, afirmou acompanhar “com grande preocupação” as denúncias de violação de direitos humanos de integrantes da oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Em uma nota publicada neste sábado 11, o Ministério das Relações Exteriores defendeu diálogo e busca por entendimento.
O governo reconheceu “gestos de distensão” por parte do chavista, como a libertação de 1.500 detidos e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas. Por outro lado, afirmou deplorar “episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”.
“O Brasil registra que, para a plena vigência de um regime democrático, é fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física”, complementou o Itamaraty.
A oposição sustenta que sua líder, María Corina Machado, foi detida e rapidamente liberada na última quinta-feira 9 em uma ação que, segundo ela, a deixou com contusões pelo corpo. O governo Maduro nega a detenção.
Na sexta 10, Machado afirmou não haver segurança para que Edmundo González Urrutia volte ao país. Ele disputou a eleição contra Maduro e, de acordo com a oposição, foi o vencedor.
Com o início de seu terceiro mandato, nesta sexta, Maduro também anunciou o fechamento da fronteira com o Brasil. Segundo o Ministério da Justiça, a decisão foi tomada “de forma independente pelo país vizinho”. O Itamaraty afirmou que a expectativa é que a reabertura ocorra na segunda-feira 13.
O governo Lula ainda não reconheceu formalmente qualquer resultado da eleição presidencial venezuelana. Na posse de Maduro, quem representou o Brasil foi a embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.
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