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Governo e sindicalistas trocam acusações após onda de saques na Argentina

Ataques a lojas e supermercados aconteceram em várias cidades do país. Pelo menos duas pessoas morreram nos confrontos com a polícia. Só em Buenos Aires, quase 400 pessoas foram presas

Governo e sindicalistas trocam acusações após onda de saques na Argentina
Governo e sindicalistas trocam acusações após onda de saques na Argentina
Pessoas correm com bens roubados na quinta-feira 20 de um supermercado na cidade argentina de Bariloche. Foto: El Cordillerano / AFP
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Representantes do governo argentino acusam sindicalistas, que fazem oposição à gestão da presidente Cristina Kirchner de terem incitado a onda de saques que atingiu várias cidades do país na quinta e sexta-feira (20 e 21/12). Duas pessoas foram mortas nos ataques.

O chefe de gabinete da presidente, Juan Manuel Abal Medina, e o secretário de Segurança, Sergio Berni, apontam o líder sindical Hugo Moyano como principal articulador dos saques. “Não sejam ingênuos, há setores interessados em que isso ocorresse”, afirmou Medina.

Os sindicalistas, no entanto, afirmam que a Casa Rosada teria “orquestrado” os episódios com o objetivo de se tornar uma “vítima”. Na semana passada, eles realizaram assembleias a fim de reivindicar aumentos salariais e menos impostos, diante de uma inflação que já atinge dois dígitos.

Até pouco tempo, Moyano era um aliado do governo Kirchner. Ele é presidente do influente sindicato de motoristas de caminhões e encabeça a poderosa central sindical Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT). No dia 20 de novembro ele liderou a primeira greve nacional contra o kirchnerismo e na quarta-feira passada encabeçou um protesto na Plaza de Mayo, em Buenos Aires.

Cristina Kirchner foi reeleita há um ano e desde então seus índices de popularidade vêm despencando. Entre as causas estão uma preocupante desaceleração do crescimento do país e a fúria da classe média diante do controle cambial e do estilo combativo da presidente.

Ataques violentos

A polícia argentina precisou usar gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar controlar dezenas de jovens que atiravam pedras enquanto saqueavam um supermercado da rede Carrefour perto da capital, Buenos Aires. O ataque aconteceu na sexta-feira, um dia após uma onda de saques a lojas e supermercados que começou na cidade de Bariloche e passou por diversas províncias do país.

Segundo o jornal argentino Clarín, 378 pessoas envolvidas nos tumultos foram presas só na capital. Três mil policiais foram chamados para reforçar a segurança. “Quando você vê que estão levando televisão de tela plana, você percebe que não estão famintos”, afirmou o governador de Buenos Aires, Daniel Scioli.

Na província de Santa Fé, os confrontos entre policiais e manifestantes deixaram pelo menos dois mortos: uma mulher de 40 anos, morta após ser ferida pela vidraça de um supermercado saqueado, e um jovem de 22 anos, atingido por um tiro no peito enquanto uma multidão invadia as lojas – a maioria delas de imigrantes chineses.

Representantes do governo argentino acusam sindicalistas, que fazem oposição à gestão da presidente Cristina Kirchner de terem incitado a onda de saques que atingiu várias cidades do país na quinta e sexta-feira (20 e 21/12). Duas pessoas foram mortas nos ataques.

O chefe de gabinete da presidente, Juan Manuel Abal Medina, e o secretário de Segurança, Sergio Berni, apontam o líder sindical Hugo Moyano como principal articulador dos saques. “Não sejam ingênuos, há setores interessados em que isso ocorresse”, afirmou Medina.

Os sindicalistas, no entanto, afirmam que a Casa Rosada teria “orquestrado” os episódios com o objetivo de se tornar uma “vítima”. Na semana passada, eles realizaram assembleias a fim de reivindicar aumentos salariais e menos impostos, diante de uma inflação que já atinge dois dígitos.

Até pouco tempo, Moyano era um aliado do governo Kirchner. Ele é presidente do influente sindicato de motoristas de caminhões e encabeça a poderosa central sindical Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT). No dia 20 de novembro ele liderou a primeira greve nacional contra o kirchnerismo e na quarta-feira passada encabeçou um protesto na Plaza de Mayo, em Buenos Aires.

Cristina Kirchner foi reeleita há um ano e desde então seus índices de popularidade vêm despencando. Entre as causas estão uma preocupante desaceleração do crescimento do país e a fúria da classe média diante do controle cambial e do estilo combativo da presidente.

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