Mundo
Governo e oposição da Venezuela assinam acordo para início do diálogo
Presidente Nicolás Maduro afirmou que não se submete a ‘chantagens ou ameaças do governo dos Estados Unidos’
Delegados do governo e da oposição da Venezuela assinaram nesta sexta-feira 13, no México, um acordo que formaliza o início de um diálogo para resolver a crise política e econômica do país, constatou a AFP.
O “memorando de entendimento” foi assinado por Jorge Rodríguez em nome do governo do presidente Nicolás Maduro, e Gerardo Blayde, pela chamada “Plataforma Unitária”.
Após os diálogos fracassados de Barbados, em 2019, e da República Dominicana, em 2018, a mesa foi instalada no Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México, com mediação da Noruega e patrocínio do governo mexicano.
As delegações se reunirão novamente no dia 30 de agosto para discutir uma agenda de sete pontos que não prevê a saída do presidente socialista Nicolás Maduro, que a oposição acusa de ter sido reeleito de forma fraudulenta em 2018 para um mandato de seis anos.
Na quinta-feira, o presidente alertou que não vai ceder a “chantagens ou ameaças” dos Estados Unidos, que exigiram “negociações sinceras” para resolver os problemas da ex-potência do petróleo.
Washington reconhece como presidente interino Juan Guaidó, que se autoproclamou como tal em 2019 quando era presidente do Parlamento, hoje nas mãos do chavismo.
“A Venezuela precisa … de uma solução”, escreveu Guaidó no Twitter nesta sexta-feira.
Em sua tentativa de sufocar Maduro, o ex-presidente republicano Donald Trump impôs uma bateria de sanções ao país – incluindo um embargo ao petróleo – que o governo do democrata Joe Biden está disposto a flexibilizar caso a negociação avance para novas eleições.
“O regime de Maduro pode criar um caminho para relaxar as sanções, permitindo que os venezuelanos participem de eleições livres”, disse um porta-voz do Departamento de Estado à AFP antes do diálogo.
Canadá e União Europeia também estão prontos para rever suas medidas punitivas. Mas Maduro, um ex-motorista de ônibus de 58 anos, insiste que “a Venezuela vai ao diálogo no México (…) de forma autônoma e independente e não se submete a chantagens ou ameaças do governo dos Estados Unidos”.
O PIB do sócio da Opep caiu 80% desde 2014 e o país enfrenta uma dolarização devido à degradação da moeda local. Maduro atribui o colapso a “sanções criminosas”, que ele afirma impedir, entre outras coisas, a compra de vacinas Covid-19 suficientes.
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