Mundo

Governo de Nicolás Maduro ocupa matadouros

Caracas anuncia ocupação para evitar suposto contrabando de gado e carne.

Nicolás Maduro anunciou há pouco mais de três meses um pacote anti-crise
Apoie Siga-nos no

governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira 30 que ocupou 21 matadouros em todo o país por um período de 180 dias. Caracas afirmou que a medida tem como objetivo evitar o contrabando de gado e peças de carne e garantir a distribuição correta da mercadoria.

“Ocupamos temporariamente, por 180 dias, os matadouros que estão violando a política de preços controlados”, disse o vice-presidente da área econômica da Venezuela, Tareck El Aissami, em pronunciamento transmitido pela emissora de televisão estatal VTV.

Leia mais:
Por que reforma econômica de Maduro ainda não surtiu efeito?
Venezuela, uma disputa de repercussões continentais

Aissami afirmou que a medida visa “proibir o desvio dos produtos e resistir ao contrabando de extração da carne”, além de garantir os preços que o governo estabeleceu no programa de recuperação econômica lançado por Maduro há pouco mais de três meses. O governo pretende também promover a inclusão da carne ao programa de venda de alimentos subsidiados.

O vice-presidente destacou que a ocupação não afetará a estabilidade dos trabalhadores desses matadouros e disse que solicitou uma investigação sobre esses estabelecimentos. “Não vamos permitir que esse padrão ladrão, que pretendeu roubar o povo, siga fazendo das suas”, acrescentou.

Aissami disse ainda que os donos dos matadouros “iniciaram, de alguma maneira, um boicote” após o congelamento dos preços em agosto, o que causou a escassez no setor. Ele afirmou também que a ocupação não afetará a venda em mercados internacionais de subprodutos do gado, como couro e colágeno.

A Venezuela atravessa uma severa crise econômica que se expressa em escassez de alimentos e medicamentos, além de hiperinflação, um indicador que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que fechará em 2.500.000% em 2018 no país.

Para amenizar a crise, Maduro aprovou no final de agosto um pacote de medidas que incluem o congelamento de preços de 25 produtos, cujo fornecimento é irregular em todo o país.

A grave crise econômica que afeta a Venezuela provocou um êxodo de centenas de milhares de venezuelanos. A ONU estima que  3 milhões deixaram o país desde 2015. A maioria foi para a Colômbia e Peru.

Quem permanece no país enfrenta muitas dificuldades. Até 90% da população vive na pobreza e os venezuelanos perderam, em média, 11 quilos no ano passado, devido à falta de comida. Os hospitais não têm água e falta remédio para salvar pacientes com doenças crônicas.

Com uma economia dependente do petróleo, a Venezuela sofreu com a queda global do preço deste recurso, que se somou a má gestão financeira e política.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo