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Google decide renunciar a políticas de diversidade para se adequar a Trump, diz jornal

A gigante de tecnologia se soma a outras empresas que tomaram medidas semelhantes, como a Meta e a Amazon

Google decide renunciar a políticas de diversidade para se adequar a Trump, diz jornal
Google decide renunciar a políticas de diversidade para se adequar a Trump, diz jornal
O presidente Donald Trump. Foto: Mandel NGAN / AFP
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A volta de Donald Trump ao poder tem sido marcada pela descontinuidade de políticas públicas de diversidade nos Estados Unidos, mas os efeitos dessa postura vão além do governo norte-americano. Como forma de se adequarem à nova realidade imposta pela gestão republicana, empresas, entidades e organizações deram um passo atrás nos seus processos de inclusão e equidade. O mais recente movimento neste sentido foi feito pelo Google.

Segundo informações do jornal Wall Street Journal, reveladas nesta quarta-feira 5, a gigante da tecnologia informou aos seus funcionários que não vai mais buscar implementar mecanismos de melhora na diversidade da sua força de trabalho. 

“Estamos comprometidos em criar um ambiente de trabalho onde todos os nossos funcionários possam ter sucesso e ter oportunidades iguais, e ao longo do último ano, estivemos revisando nossos programas projetados para nos ajudar a chegar lá”, diz a empresa.

A decisão abre mão do que foi feito nos últimos anos. O próprio Google decidiu, em 2020, adotar a meta de ampliar em 30% a representação de funcionários negros, latinos e de origem indígena em seus cargos de liderança. Ainda segundo a empresa, essa meta foi atingida em 2022. 

Apesar do corte, o Google anunciou que ainda vai manter grupos de funcionários voltados ao desenvolvimento de produtos que incluem minorias, a exemplo do “Trans at Google”, da “Black Google Network” e da “Disability Alliance”.

Essa é uma resposta indireta a uma decisão do governo Trump de colocar abaixo iniciativas de diversidade, inclusão e equidade do serviço público federal norte-americano. De acordo com o governo, a ideia é identificar e investigar empresas e organizações que tenham práticas dessa natureza, que são conhecidas pela sigla DEI [Diversidade, Equidade e Inclusão].

O Google, é uma importante fornecedora do governo dos EUA, prestando, por exemplo, serviços de armazenamento de nuvem. Na prática, portanto, a big tech é uma das afetadas pela mudança de entendimento. 

Outras companhias

Com a decisão de cortar o programa de inclusão, o Google se soma a outras empresas que tomaram medidas semelhantes. Antes mesmo da posse de Trump, no último dia 20 de janeiro, a Meta – responsável pelas redes Instagram, Facebook, WhatsApp e outras – anunciou que não terá mais uma equipe focada em DEI. O recuo também foi feito pela Amazon, pelo Walmart e pela Alphabet.

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