Mundo

Fumaça dos incêndios na Austrália se aproxima do Brasil

A vasta nuvem desloca-se pela alta atmosfera e pode ingressar nesta terça-feira 7 no território brasileiro, pelo Rio Grande do Sul

Fumaça dos incêndios na Austrália se aproxima do Brasil
Fumaça dos incêndios na Austrália se aproxima do Brasil
Imagem de satélite mostra fumaça densa oriunda dos incêndios na Austrália (Foto: AFP Foto / 2019 Planet Labs, Inc.)
Apoie Siga-nos no

A nuvem de fumaça dos incêndios na Austrália percorreu mais de 12 mil km, entrou na Argentina, via Chile, e deve chegar nesta terça-feira 7 ao Sul do Brasil. No entanto, segundo os especialistas, o fenômeno não deve prejudicar a saúde nem afetar o tráfego aéreo.

“A fumaça entrou na Argentina a partir do Chile, pela Cordilheira dos Andes, e está a cinco mil metros de altura ou mais”, afirmou a meteorologista do Serviço de Meteorologia Nacional da Argentina, Cindy Fernández. Ela acrescentou que, apesar da altura, a nuvem pode ser facilmente vista.

“A fumaça pode ser observada a partir de uma coloração diferente no céu, já que atenua a luminosidade do sol e torna o céu mais cinza. Durante o entardecer, o céu e o sol ficam mais avermelhados”, indicou Fernández. A meteorologista argentina destaca, no entanto, que a nuvem não prejudica a saúde nem afeta a normalidade dos voos.

O Departamento Meteorológico de Santiago, no Chile, chegou à mesma conclusão. “A fumaça está a cerca de seis mil metros de altura e não oferece risco à saúde”, disse Patricio Urra, responsável pelo serviço de meteorologia do Chile. “O efeito pode ser visto ao sol, em tons de vermelho, mas não há nenhum fenômeno previsto capaz de fazer a fumaça descer à superfície”, afirmou Urra. Ele explicou que a nuvem pode ser observada na região central do Chile, como uma neblina.

Rio Grande do Sul

A vasta nuvem vinda da Austrália desloca-se pela alta atmosfera e pode ingressar nesta terça-feira 7 no território brasileiro, pelo Rio Grande do Sul. A empresa de meteorologia do Sul do Brasil, MetSul, prevê que o fenômeno também provoque um pôr-do-sol alaranjado até quinta-feira 9.

Esta é a segunda vez, em menos de cinco meses, que a fumaça de grandes incêndios chega à Argentina. No final de agosto, a fumaça das queimadas na Amazônia cobriu todo o Uruguai e metade da Argentina.

Nessa época, as partículas vindas da floresta amazônica formaram uma densa camada sobre Buenos Aires, mas chegaram a afetar a visibilidade em Montevidéu, capital do Uruguai. A nuvem das queimadas formou uma cortina que impedia a visão a poucos metros de distância, provocando transtornos no tráfego aéreo.

Oito milhões de hectares devastados

Os incêndios que atingem a Austrália desde setembro já destruíram uma superfície equivalente à Irlanda, isto é, oito milhões de hectares, e deixaram 24 mortos. Após um final de semana catastrófico, as equipes de bombeiros australianos, que contam com reforços dos Estados Unidos e do Canadá, aproveitaram algumas horas de chuva e uma diminuição nas temperaturas no local para avançar no controle dos focos dos incêndios.

Desde segunda-feira 6, o governo australiano mobilizou reservistas do Exército para atuar nas áreas atingidas e anunciou a liberação 1,4 bilhão de dólares (equivalente a 5,68 bilhões de reais), durante os próximos dois anos, para ajudar na recuperação dos danos provocados pelos incêndios florestais.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo