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François Hollande conquista maioria absoluta no Parlamento

Presidente terá chance de aplicar sem obstáculos programa de reforma fiscal para impulsionar a indústria

François Hollande conquista maioria absoluta no Parlamento
François Hollande conquista maioria absoluta no Parlamento
©AFP / Philippe Huguen
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PARIS (AFP) – O presidente socialista François Hollande obteve neste domingo 17 a maioria absoluta no segundo turno das eleições legislativas na França. O resultado o deixa em condições favoráveis para aplicar o seu programa de enfrentamento à crise do euro.

O processo eleitoral também foi marcado pelo retorno da extrema-direita à Assembleia Nacional com dois deputados, mas também pela derrota da líder da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen.

Segundo as últimas estimativas dos institutos de pesquisa, o Partido Socialista (PS) e seus aliados de esquerda obtiveram entre 308 e 320 assentos de 577, ou seja, um número bastante acima do necessário para a maioria absoluta (289). O PS poderá então dispensar o apoio dos Verdes (20 assentos) e o da esquerda radical (entre 9 e 11 assentos).

O conservador UMP e seus aliados do ex-presidente Nicolas Sarkozy, majoritários na atual Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados), obtiveram entre 212 e 234 deputados. As eleições foram marcadas também por um índice de abstenção recorde (em torno de 44%).

Cerca de um mês e meio após ter vencido Nicolas Sarkozy e levado a esquerda ao Eliseu depois de 17 anos, Hollande ficará livre para aplicar seu programa de reforma fiscal para cumprir sua promessa de uma retomada industrial. A  maioria absoluta o livra, sobretudo, da obrigação de se juntar à Frente de Esquerda (esquerda radical), que defende posições diferentes em relação à Europa e à economia. Este era um dos principais desafios da formação do presidente nestas eleições.

Além da implementação das promessas de campanha, o governo deve adotar medidas impopulares para respeitar o compromisso da França de reduzir seu déficit público a menos de 3% do PIB em 2013, no momento em que a crise da dívida se agrava.

Assim como o resultado ruim de Le Pen, outro revés ganha destaque na mídia francesa. A socialista Ségolène Royal reconheceu a derrota nas eleições, em sua circunscrição de La Rochelle (oeste), o que enterra a ambição da ex-companheira de Hollande de presidir a Câmara Baixa do Parlamento. Em um discurso, ela denunciou uma “traição política”, e afirmou que seu rival, o dissidente socialista Olivier Falorni, foi eleito com os votos da direita.

Ségolène, mãe dos quatro filhos de Hollande, foi uma das protagonistas da campanha do segundo turno das legislativas, depois de a atual companheira do chefe de Estado, Valérie Treirweiler, ter apoiado em sua conta no Twitter a candidatura de Falorni. “Com o apoio da UMP (conservador), na verdade um candidato da direita é que foi eleito, com mais de 75% dos votos da direita”, disse Royal, candidata à Presidência francesa em 2007, quando foi derrotada por Sarkozy.

Apesar da derrota, Royal manifestou a sua lealdade ao primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e ao presidente, e afirmou que continuará “pesando nas decisões de política nacional”.

Leia mais em AFP Movel

PARIS (AFP) – O presidente socialista François Hollande obteve neste domingo 17 a maioria absoluta no segundo turno das eleições legislativas na França. O resultado o deixa em condições favoráveis para aplicar o seu programa de enfrentamento à crise do euro.

O processo eleitoral também foi marcado pelo retorno da extrema-direita à Assembleia Nacional com dois deputados, mas também pela derrota da líder da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen.

Segundo as últimas estimativas dos institutos de pesquisa, o Partido Socialista (PS) e seus aliados de esquerda obtiveram entre 308 e 320 assentos de 577, ou seja, um número bastante acima do necessário para a maioria absoluta (289). O PS poderá então dispensar o apoio dos Verdes (20 assentos) e o da esquerda radical (entre 9 e 11 assentos).

O conservador UMP e seus aliados do ex-presidente Nicolas Sarkozy, majoritários na atual Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados), obtiveram entre 212 e 234 deputados. As eleições foram marcadas também por um índice de abstenção recorde (em torno de 44%).

Cerca de um mês e meio após ter vencido Nicolas Sarkozy e levado a esquerda ao Eliseu depois de 17 anos, Hollande ficará livre para aplicar seu programa de reforma fiscal para cumprir sua promessa de uma retomada industrial. A  maioria absoluta o livra, sobretudo, da obrigação de se juntar à Frente de Esquerda (esquerda radical), que defende posições diferentes em relação à Europa e à economia. Este era um dos principais desafios da formação do presidente nestas eleições.

Além da implementação das promessas de campanha, o governo deve adotar medidas impopulares para respeitar o compromisso da França de reduzir seu déficit público a menos de 3% do PIB em 2013, no momento em que a crise da dívida se agrava.

Assim como o resultado ruim de Le Pen, outro revés ganha destaque na mídia francesa. A socialista Ségolène Royal reconheceu a derrota nas eleições, em sua circunscrição de La Rochelle (oeste), o que enterra a ambição da ex-companheira de Hollande de presidir a Câmara Baixa do Parlamento. Em um discurso, ela denunciou uma “traição política”, e afirmou que seu rival, o dissidente socialista Olivier Falorni, foi eleito com os votos da direita.

Ségolène, mãe dos quatro filhos de Hollande, foi uma das protagonistas da campanha do segundo turno das legislativas, depois de a atual companheira do chefe de Estado, Valérie Treirweiler, ter apoiado em sua conta no Twitter a candidatura de Falorni. “Com o apoio da UMP (conservador), na verdade um candidato da direita é que foi eleito, com mais de 75% dos votos da direita”, disse Royal, candidata à Presidência francesa em 2007, quando foi derrotada por Sarkozy.

Apesar da derrota, Royal manifestou a sua lealdade ao primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e ao presidente, e afirmou que continuará “pesando nas decisões de política nacional”.

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