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França exige explicações dos Estados Unidos por revelações de espionagem

O ministro do Interior da França, Manuel Valls, considerou “chocantes” as revelações sobre a espionagem praticada na França pela Agência Nacional de Segurança americana e pediu explicações

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O ministro do Interior da França, Manuel Valls, considerou nesta segunda-feira 21 “chocantes” as revelações sobre a espionagem praticada na França pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana e pediu explicações.

Segundo o jornal Le Monde, que cita documentos revelados pelo ex-funcionário terceirizado da NSA Edward Snowden, em um período de 30 dias, entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013, a agência efetuou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses.

O chanceler da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira a convocação de forma “imediata” do embaixador dos EUA em Paris pelo caso de espionagem citado pelo jornal Le Monde“Convoquei de forma imediata o embaixador dos Estados Unidos, que será recebido ainda esta manhã no Quai d’Orsay”, sede do ministério francês das Relações Exteriores, disse Fabius antes de uma reunião europeia em Luxemburgo.

“Estas práticas entre sócios, que atentam contra a vida privada, são totalmente inaceitáveis. Temos que garantir rapidamente que, em qualquer, caso, não aconteçam mais”, completou Fabius.

Os documentos, revelados em junho por Snowden, descrevem as técnicas utilizadas para arrecadar ilegalmente dados secretos ou da vida cotidiana dos franceses, completa o jornal.

Segundo o Le Monde, a NSA dispõe de diversas técnicas para obter os dados. Quando, por exemplo, alguns números de telefone são discados na França, ativam um sinal que desencadeia de forma automática a gravação de certas conversas.

Esta técnica permite também espionar os SMS e seu conteúdo com base em palavras-chave. Além disso, e de forma sistemática, a NSA conserva o histórico das ligações de cada objetivo, segundo o jornal.

Os documentos mostram que os alvos espionagem são pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas, mas também indivíduos espionados simplesmente porque pertencem ao mundo empresarial, político ou ao governo francês.

“Com as novas tecnologias da comunicação, está claro que são necessárias regras. Isto envolve todos os países”, destacou Valls. “Se um país amigo, um país aliado, espiona a França ou espiona outros países europeus, isto é totalmente inaceitável”, completou.

O gráfico da NSA mostra a média de intercepção de três milhões de dados por dia, com picos de quase sete milhões em 24 de dezembro de 2012 e 7 de janeiro de 2013, segundo o jornal.

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