Mundo

França condena mulher à prisão perpétua por estuprar e matar adolescente

Tribunal destacou ‘a extrema crueldade’ e o ‘prejuízo psicológico indescritível causado à vítima e à família’

França condena mulher à prisão perpétua por estuprar e matar adolescente
França condena mulher à prisão perpétua por estuprar e matar adolescente
Thibault e Delphine, irmão e mãe de Lola, em 24 de outubro de 2025. Foto: Louis Siblle e Arnaud Richard/AFPTV/AFP
Apoie Siga-nos no

A Justiça da França condenou uma mulher, nesta sexta-feira 24, à prisão perpétua incondicional, a pena máxima na legislação nacional, por estuprar, torturar e matar uma adolescente de 12 anos em 2022.

O assassinato de Lola no prédio onde vivia, em Paris, causou uma tempestade política na França, quando a extrema-direita e a direita destacaram que a autora do crime era uma argelina em situação irregular.

Dahbia Benkired, de 27 anos, se tornou a primeira mulher condenada na França à prisão perpétua incondicional, como também havia sido solicitado pela Promotoria.

O tribunal de Paris destacou em sua decisão “a extrema crueldade” dos fatos e o “prejuízo psicológico indescritível causado à vítima e à família” em circunstâncias “quase indizíveis”.

“Peço perdão, é horrível o que fiz. É tudo o que tenho a dizer”, disse Benkired em suas últimas palavras antes que os juízes e o júri popular se retirassem para a deliberação.

O crime aconteceu em 14 de outubro de 2022 em um edifício no nordeste de Paris, onde os pais de Lola viviam e trabalhavam como zeladores e a irmã de Benkired também morava.

As imagens de vigilância da residência situada em um bairro familiar mostraram a acusada se aproximando da adolescente de 12 anos, quando a menina voltava da escola.

Benkired obrigou a menina a acompanhá-la até o apartamento de sua irmã, onde a estuprou, agrediu com uma tesoura e um estilete e a asfixiou com fita adesiva, de acordo com a investigação.

Em seguida, ela colocou o cadáver em um baú e fugiu. Ainda que tenha retornado ao apartamento da irmã, Benkired foi detida na casa de um amigo um dia depois.

Apesar da sentença de pena máxima, Benkired poderá solicitar liberdade condicional quando completar 30 anos de prisão. A Justiça, no entanto, poderá recusar se considerá-la perigosa.

O julgamento não permitiu conhecer as verdadeiras motivações do assassinato, uma vez que a acusada manteve explicações incoerentes, oscilantes e contraditórias durante a investigação.

Seu advogado, Alexandre Valois, apontou os “traumas” vividos pela sua cliente desde sua infância, como estupros, prostituição e consumo de cannabis.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo