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França condena mulher à prisão perpétua por estuprar e matar adolescente
Tribunal destacou ‘a extrema crueldade’ e o ‘prejuízo psicológico indescritível causado à vítima e à família’
A Justiça da França condenou uma mulher, nesta sexta-feira 24, à prisão perpétua incondicional, a pena máxima na legislação nacional, por estuprar, torturar e matar uma adolescente de 12 anos em 2022.
O assassinato de Lola no prédio onde vivia, em Paris, causou uma tempestade política na França, quando a extrema-direita e a direita destacaram que a autora do crime era uma argelina em situação irregular.
Dahbia Benkired, de 27 anos, se tornou a primeira mulher condenada na França à prisão perpétua incondicional, como também havia sido solicitado pela Promotoria.
O tribunal de Paris destacou em sua decisão “a extrema crueldade” dos fatos e o “prejuízo psicológico indescritível causado à vítima e à família” em circunstâncias “quase indizíveis”.
“Peço perdão, é horrível o que fiz. É tudo o que tenho a dizer”, disse Benkired em suas últimas palavras antes que os juízes e o júri popular se retirassem para a deliberação.
O crime aconteceu em 14 de outubro de 2022 em um edifício no nordeste de Paris, onde os pais de Lola viviam e trabalhavam como zeladores e a irmã de Benkired também morava.
As imagens de vigilância da residência situada em um bairro familiar mostraram a acusada se aproximando da adolescente de 12 anos, quando a menina voltava da escola.
Benkired obrigou a menina a acompanhá-la até o apartamento de sua irmã, onde a estuprou, agrediu com uma tesoura e um estilete e a asfixiou com fita adesiva, de acordo com a investigação.
Em seguida, ela colocou o cadáver em um baú e fugiu. Ainda que tenha retornado ao apartamento da irmã, Benkired foi detida na casa de um amigo um dia depois.
Apesar da sentença de pena máxima, Benkired poderá solicitar liberdade condicional quando completar 30 anos de prisão. A Justiça, no entanto, poderá recusar se considerá-la perigosa.
O julgamento não permitiu conhecer as verdadeiras motivações do assassinato, uma vez que a acusada manteve explicações incoerentes, oscilantes e contraditórias durante a investigação.
Seu advogado, Alexandre Valois, apontou os “traumas” vividos pela sua cliente desde sua infância, como estupros, prostituição e consumo de cannabis.
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