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França condena homem a 15 anos de prisão por estuprar filhas com submissão química

Os crimes ocorreram entre 2021 e 2023 para uma delas e entre 2022 e 2023 para a outra, quando elas tinham 18 e 19 anos

França condena homem a 15 anos de prisão por estuprar filhas com submissão química
França condena homem a 15 anos de prisão por estuprar filhas com submissão química
Foto: SEBASTIEN BOZON/AFP
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Um homem de 42 anos foi condenado a 15 anos de prisão por um tribunal francês por estuprar suas filhas gêmeas quando elas eram jovens adultas, geralmente por meio de submissão química.

Os fatos ocorreram entre 2021 e 2023 para uma delas e entre 2022 e 2023 para a outra, quando elas tinham 18 e 19 anos, explicou a promotora Margareth Parietti à AFP nesta terça-feira 11.

A promotora destacou a personalidade do acusado como um “narcisista perverso” que “controlava a todos”, inclusive a mãe, que saiu de casa em 2009.

O homem, agora condenado, dava às meninas pílulas para dormir e ansiolíticos para que as vítimas não estivessem conscientes no início dos estupros, de acordo com a Promotoria.

Segundo o jornal regional L’Est républicain, o acusado expressou sua “profunda vergonha” e “arrependimento” durante o julgamento realizado no tribunal de Besançon, no leste da França.

Um detento na prisão de Avignon, no sul do país, conseguiu fazer com que uma das irmãs, com quem ele jogava online por acaso, confessasse os fatos e recomendou que ela guardasse o esperma de seu pai como prova.

Em 29 de maio de 2023, ela decidiu seguir seu conselho: escondeu um frasco no banheiro e se ofereceu para ficar no lugar da irmã.

Quando o pai terminou a agressão, a jovem fugiu com o pequeno frasco contendo o esperma para Marselha, onde a esposa do detento cuidou dela e a acompanhou até a delegacia para registrar queixa.

A condenação ocorre meses após o julgamento amplamente divulgado em Avignon contra Dominique Pelicot e outros 50 homens por, em sua maioria, estuprarem a então esposa do primeiro, Gisèle Pelicot, enquanto ela estava inconsciente, entre 2011 e 2020.

O julgamento, que terminou em dezembro com penas de até 20 anos de prisão para os acusados, trouxe à tona a sujeição ao estupro por submissão química e transformou Gisèle em um ícone feminista global.

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