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França anuncia retirada de embaixador e militares do Níger

Os militares no poder no Níger celebraram o que chamaram de “novo passo para a soberania” do país

O presidente da França, Emmanuel Macron, na ONU. Foto: Ludovic MARIN/AFP
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O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo (24) a retirada de seu embaixador e de militares franceses destacados no Níger, o novo capítulo das tensões entre Paris e o regime militar que assumiu o poder em um golpe de Estado em julho.

“A França decidiu trazer de volta seu embaixador” e encerrar a “cooperação militar com o Níger”, anunciou Macron durante uma entrevista coletiva, nove dias depois de acusar Niamei de manter o diplomata como “refém”.

As relações entre Paris e Niamei são tensas, visto que a França considera o deposto Mohamed Bazoum, detido pela junta militar, como presidente legítimo e rejeitou até agora as exigências dos golpistas no poder.

Além de demandar a saída do embaixador, declarado “persona non grata”, o Níger denunciou os acordos militares com a França, que tem 1.500 efetivos destacados em um dispositivo de combate anti-jihadista.

Esses soldados deixarão o território nigerino “nas próximas semanas e meses” e a retirada será concluída “antes do final do ano”, acrescentou o presidente francês em uma entrevista aos canais TF1 e France 2.

Na noite deste domingo, os militares no poder em Niamei celebraram o que chamaram de “novo passo para a soberania do Níger”.

“Trata-se de um momento histórico que atesta a determinação e a vontade do povo do Níger”, afirmou a junta militar em nota lida na televisão nacional.

“Qualquer pessoa, instituição ou estrutura cuja presença ameace os interesses e as previsões de nosso país terá que deixar a terra de nossos antepassados, goste ou não”, acrescenta o texto.

Antes do golpe de Estado de 26 de julho, este país da África Ocidental, que já foi colônia da França, era um de seus últimos aliados na região do Sahel.

Em uma das suas últimas decisões, o regime militar do Níger fechou o seu espaço aéreo aos aviões franceses, segundo uma mensagem consultada domingo no site da Agência Africana para a Segurança da Aviação Asecna.

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