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Fracassa acordo sobre retirada de feridos de Baba Amr

Com acordo emperrado, a Cruz Vermelha não pode resgatar jornalistas feridos na quinta-feira nem recuperar cadáveres

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As negociações entre o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), as autoridades sírias e a oposição sobre a evacuação de feridos em Baba Amr, na cidade de Homs, estavam emperradas no sábado 25, disse à AFP um porta-voz da CICR em Damasco.

“As negociações da CICV e do Crescente Vermelho sírio (CVAS) com as autoridades sírias e os grupos de oposição em Homs não produziram resultados concretos hoje”, afirmou Saleh Dabbakeh.

“Deste modo, lamentavelmente não haverá a evacuação de emergência hoje”, disse Dabbakeh, acrescentando que a CICV e a CVAS “seguirão negociando com as autoridades e a oposição para tentar entrar em Baba Amr e realizar a operação de retirada dos feridos”.

Na sexta-feira, CICR e CRAS conseguiram evacuar sete feridos e 20 mulheres e crianças doentes de Baba Amr – bombardeado há três semanas pelo Exército sírio – para o hospital de Amin, a dois quilômetros do bairro rebelde.

Contudo, não puderam resgatar a jornalista francesa Edith Bouvier nem o fotógrafo britânico Paul Conroy, feridos na quarta-feira durante o bombardeio de uma casa em Baba Amr transformada em centro de imprensa.

Também não puderam recuperar os cadáveres da jornalista americana Marie Colvin e do repórter francês Rémi Ochlik, mortos no mesmo ataque.



Síria:

 Apesar dos pedidos pelo fim da violência, na madrugada de sábado o Exército sírio retomou os bombardeios sobre Baba Amr, pelo 22º dia consecutivo, assim como em outros bairros de Homs, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

 

O OSDH informou que a violência neste sábado deixou 94 mortos na Síria, incluindo 68 civis, sendo 24 em Homs e outros oito nos arredores da cidade.

O OSDH registrou ainda a morte de sete civis na região de Alep, oito em Hama, 10 em Idlib e 11 na zona de Deraa.

As forças de segurança perderam 23 membros em confrontos com desertores, por todo o país, matando três nas regiões de Alep e Deraa.

A policía abriu fogo contra os 4.000 participantes em um funeral por uma das vítimas mortas na sexta-feira em Aleppo, acrescentou o OSDH.

Reunidos na sexta-feira na Tunísia, os 60 ministros das Relações Exteriores do grupo de países chamados “Amigos da Síria”, entre os quais não estavam presentes China, Rússia, nem o principal aliado de Damasco, Irã, pediram o fim imediato da violência e a novas sanções contra o regime sírio, mas se limitaram a “tomar nota” da proposta da Tunísia e do Qatar de mobilizar uma força árabe de manutenção da paz.

Eles reconheceram o principal grupo opositor, no Conselho Nacional Sírio (CNS) como “um legítimo representante dos sírios que busca uma transição democrática pacífica” e se comprometeram a dar um “apoio efetivo” à oposição.

A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, se mostrou “totalmente satisfeita” com os resultados da conferência e a China comemorou neste sábado o fato de a reunião ter rejeitado “qualquer intervenção estrangeira”.

Segundo a agência oficial China Nova (Xinhua), “a maioria dos países árabes começou a compreender que os Estados Unidos e a Europa dissimulam um punhal por trás do sorriso, em outras palavras, enquanto parecem atuar por motivos humanitários, em realidade têm ambições hegemônicas ocultas”.

O jornal pró-governamental sírio As Saura, qualificou este sábado de “fracasso” a conferência da Tunísia “que representa uma nova decepção para o pequeno grupo de conspiradores que continuam suas tentativas (de desestabilização) na Síria”.

Teerã reiterou neste sábado sua oposição a qualquer intervenção militar na Síria e voltou a negar que esteja enviando armas ao país vizinho, assim como afirmam os ocidentais.

Apesar da violência ininterrupta, o regime mantém para este domingo o referendo sobre uma nova Constituição, que deve por fim ao sistema político de partido único (o Baas), mas que mantém amplos poderes para o chefe do Estado. A oposição pediu o boicote da consulta.

As tropas sírias mataram pelo 41 civis neste sábado nos bombardeios do bairro Baba Amr de Homs e em Aleppo (norte), onde milhares de pessoas se manifestaram nas ruas, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A violência causou mais de 7.600 mortes em 11 meses de revolta contra o regime, segundo o OSDH.

Leia mais em AFP

As negociações entre o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), as autoridades sírias e a oposição sobre a evacuação de feridos em Baba Amr, na cidade de Homs, estavam emperradas no sábado 25, disse à AFP um porta-voz da CICR em Damasco.

“As negociações da CICV e do Crescente Vermelho sírio (CVAS) com as autoridades sírias e os grupos de oposição em Homs não produziram resultados concretos hoje”, afirmou Saleh Dabbakeh.

“Deste modo, lamentavelmente não haverá a evacuação de emergência hoje”, disse Dabbakeh, acrescentando que a CICV e a CVAS “seguirão negociando com as autoridades e a oposição para tentar entrar em Baba Amr e realizar a operação de retirada dos feridos”.

Na sexta-feira, CICR e CRAS conseguiram evacuar sete feridos e 20 mulheres e crianças doentes de Baba Amr – bombardeado há três semanas pelo Exército sírio – para o hospital de Amin, a dois quilômetros do bairro rebelde.

Contudo, não puderam resgatar a jornalista francesa Edith Bouvier nem o fotógrafo britânico Paul Conroy, feridos na quarta-feira durante o bombardeio de uma casa em Baba Amr transformada em centro de imprensa.

Também não puderam recuperar os cadáveres da jornalista americana Marie Colvin e do repórter francês Rémi Ochlik, mortos no mesmo ataque.



Síria:

 Apesar dos pedidos pelo fim da violência, na madrugada de sábado o Exército sírio retomou os bombardeios sobre Baba Amr, pelo 22º dia consecutivo, assim como em outros bairros de Homs, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

 

O OSDH informou que a violência neste sábado deixou 94 mortos na Síria, incluindo 68 civis, sendo 24 em Homs e outros oito nos arredores da cidade.

O OSDH registrou ainda a morte de sete civis na região de Alep, oito em Hama, 10 em Idlib e 11 na zona de Deraa.

As forças de segurança perderam 23 membros em confrontos com desertores, por todo o país, matando três nas regiões de Alep e Deraa.

A policía abriu fogo contra os 4.000 participantes em um funeral por uma das vítimas mortas na sexta-feira em Aleppo, acrescentou o OSDH.

Reunidos na sexta-feira na Tunísia, os 60 ministros das Relações Exteriores do grupo de países chamados “Amigos da Síria”, entre os quais não estavam presentes China, Rússia, nem o principal aliado de Damasco, Irã, pediram o fim imediato da violência e a novas sanções contra o regime sírio, mas se limitaram a “tomar nota” da proposta da Tunísia e do Qatar de mobilizar uma força árabe de manutenção da paz.

Eles reconheceram o principal grupo opositor, no Conselho Nacional Sírio (CNS) como “um legítimo representante dos sírios que busca uma transição democrática pacífica” e se comprometeram a dar um “apoio efetivo” à oposição.

A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, se mostrou “totalmente satisfeita” com os resultados da conferência e a China comemorou neste sábado o fato de a reunião ter rejeitado “qualquer intervenção estrangeira”.

Segundo a agência oficial China Nova (Xinhua), “a maioria dos países árabes começou a compreender que os Estados Unidos e a Europa dissimulam um punhal por trás do sorriso, em outras palavras, enquanto parecem atuar por motivos humanitários, em realidade têm ambições hegemônicas ocultas”.

O jornal pró-governamental sírio As Saura, qualificou este sábado de “fracasso” a conferência da Tunísia “que representa uma nova decepção para o pequeno grupo de conspiradores que continuam suas tentativas (de desestabilização) na Síria”.

Teerã reiterou neste sábado sua oposição a qualquer intervenção militar na Síria e voltou a negar que esteja enviando armas ao país vizinho, assim como afirmam os ocidentais.

Apesar da violência ininterrupta, o regime mantém para este domingo o referendo sobre uma nova Constituição, que deve por fim ao sistema político de partido único (o Baas), mas que mantém amplos poderes para o chefe do Estado. A oposição pediu o boicote da consulta.

As tropas sírias mataram pelo 41 civis neste sábado nos bombardeios do bairro Baba Amr de Homs e em Aleppo (norte), onde milhares de pessoas se manifestaram nas ruas, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A violência causou mais de 7.600 mortes em 11 meses de revolta contra o regime, segundo o OSDH.

Leia mais em AFP

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