A Finlândia decidiu solicitar a adesão à Otan, anunciaram neste domingo 15 o presidente e a primeira-ministra do país, uma consequência direta da invasão da Ucrânia pela Rússia.
“É um dia histórico. Começa uma nova era”, declarou o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva. O Parlamento da Finlândia deve examinar nesta segunda-feira 16 o projeto de adesão.
A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1,3 mil quilômetros com a Rússia, permaneceu como um país não alinhado durante 75 anos. Com o início da guerra na Ucrânia, porém, o consenso político e a opinião pública se inclinaram a favor da adesão à aliança militar ocidental.
Ao longo desta semana, Niinistö e a primeira-ministra Sanna Marin anunciaram que eram favoráveis a uma adesão “sem demora” à Otan. O processo, porém, não se dá sem contestações.
No sábado 14, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou a Niinisto que a decisão de abandonar a neutralidade é um erro.
Em conversa por telefone, Putin disse que o movimento pode prejudicar a relação entre os países.
“Vladimir Putin destacou que o fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, pois não há nenhuma ameaça para a segurança da Finlândia”, diz um comunicado emitido pelo Kremlin.
O governo russo acrescentou: “Tal mudança de orientação política do país pode ter um impacto negativo nas relações russo-finlandesas que se desenvolveram durante anos com um espírito de boa vizinhança e cooperação e eram vantajosas para ambos”.
No telefonema, Putin ainda debateu com o presidente finlandês as negociações com a Ucrânia, “praticamente suspensas por Kiev, que não mostra nenhum interesse por um diálogo construtivo e sério”.
(Com informações da AFP)
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