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Fernando Montiel e Brenda Uliarte são indiciados pela tentativa de assassinato de Cristina

O brasileiro é acusado de tentar ‘premeditadamente matar’ a vice-presidenta da Argentina, ‘contando com o planejamento e acordo prévio’ da namorada

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Foto: Reprodução/AFP
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Fernando Sabag Montiel e a namorada Brenda Uliarte foram indiciados nesta quinta-feira 15 pela tentativa de homicídio da vice-presidenta argentina, Cristina Kirchner, há duas semanas.

Fernando é acusado de tentar “premeditadamente matar Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, contando com o planejamento e acordo prévio de Brenda e de Agustina Mariel Díaz”, informou a juíza María Capuchetti.

A magistrada ainda não tomou uma decisão sobre Agustina e Nicolás Carrizo, o quarto detido no caso, mas determinou a prisão preventiva dos dois processados.

Nos últimos dias, Brenda chegou a perguntar a seus advogados se havia “estragado sua vida”. A declaração, revelada pelo jornal Clarín nesta quinta, ocorreu pouco antes de ela ser levada a prestar depoimento a Capuchetti e ao promotor Carlos Rivolo, responsáveis pelo caso.

Amiga de Brenda, Agustina Díaz foi ouvida na quarta-feira 14, admitiu que a investigada “odiava” Cristina e reconheceu que, em diálogos no WhatsApp, Brenda escreveu sobre planos de assassinar a líder peronista. Ambas estão detidas.

De acordo com o diário argentino, Brenda passou as primeiras horas de detenção em uma pequena cela, completamente isolada. Posteriormente, foi informada de que seria transportada a Comodoro Py, onde prestaria depoimento. Nesse momento, perguntou a seus advogados: “estraguei a minha vida, não?”. Segundos depois, repetiu: “estraguei, não?”.

Na quarta 14, o jornal La Nación publicou mensagens obtidas pela Justiça argentina em que Brenda admite ter organizado o ataque a Cristina.

Uma das conversas é da sexta-feira 2 de setembro, um dia após o atentado. Agustina pergunta a Brenda: “o que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou a adrenalina do momento falhou? Onde está você? Não seria conveniente para você ir para casa?”.

Diversas mensagens foram apagadas antes de o celular chegar às mãos das autoridades. Um dos diálogos, porém, deixa claro o plano para matar a líder peronista. O assassinato ocorreria em 27 de agosto, um dia marcado por conflitos entre manifestantes pró-Cristina e a polícia. A ideia não prosperou.

“Vou mandar matar Cristina… Eles falam e não fazem nada. Eu farei”, escreveu Brenda à amiga. “Que filha da puta, ela entrou antes de eu dar o tiro nela”.

Agustina, então, perguntou: “o que aconteceu?”. Brenda emendou: “mandei matar a vice Cristina. Não deu certo porque ela entrou. Eu juro que senti raiva”.

O diálogo prosseguiu com um alerta de Agustina a Brenda: “você percebe a confusão em que vai se meter, certo? Eles vão te procurar em todos os lugares se descobrirem que você é cúmplice da morte da vice-presidente”.

Brenda, por sua vez, afirmou que por isso mandou alguém assassinar Cristina em vez de cometer o crime com as próprias mãos. “Se acontecer, vou para outro país e até mudo de identidade. Eu tenho isso bem pensado.”

Também na quarta-feira 14, a polícia prendeu o comerciante Nicolás Gabriel Carrizo, que apareceu em uma entrevista na televisão ao lado de Brenda. Após analisarem o celular de Carrizo, investigadores constataram que ele estava ciente do atentado e dos movimentos do grupo.

(Com informações da AFP)

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