Mundo

Fala de Bolsonaro em Davos gera críticas da imprensa internacional

‘Fracasso’, ‘desastre’ e ‘bizarro foram as reações de correspondentes de alguns dos maiores veículos do mundo

Apoie Siga-nos no

Jornalistas enviados por alguns dos maiores veículos de comunicação do mundo para cobrir o Fórum Internacional de Davos, na Suíça, ficaram chocados com o discurso do presidente brasileiro Jair Bolsonaro desta terça 22. ‘Curto’, ‘hesitante’, ‘fraco’ e ‘estranho’ foram algumas das reações à fala do mandatário, que tinha ao seu dispor 45 minutos para falar ao mundo, mas que preferiu usar menos de dez. Veja os twitts feitos logo depois:

A jornalista chefe de economia do jornal americano Washington Post, Heather Long, disse que Bolsonaro prometeu um “novo Brasil”, com menos impostos e mais comércio, falou em proteger o ambiente e criticou a imprensa, dizendo ser tratado de forma injusta. Em um segundo twit, ela concluiu:

“Para resumir: o presidente brasileiro Bolsonaro falou por menos de 15 minutos. Grande fracasso. Ele tinha o mundo inteiro o assistindo e o melhor que conseguiu dizer foi para as pessoas passarem férias no Brasil. Ele é chamado de ‘Trump da América do Sul’, mas pareceu fraco”

Ben Marlow, do periódico britânico Daily Telegraph disse que “é justo dizer Bolsonaro não cumpriu as expectativas. Bastante apático, um discurso engessado que durou menos de 15 minutos, que pareceu extremamente editado e que passou voando por uma longa lista de promessas já feitas. Não consigo imaginar ele sendo convidado de novo em um futuro próximo”.

O editor-chefe da prestigiada revista Americas Quarterly, Brian Winter, disse que “o discurso de Bolsonaro em Davos foi muito mais curto do que o esperado, não mencionou a reforma da previdência, não deu detalhes nem quando perguntado. ‘Nunca vi nada parecido em se tratando de presidentes por aqui’, me escreveu um amigo. ‘Realmente bizarro’.

Winter prosseguiu: “Ele, no entanto, preparou o terreno, retoricamente, para expandir a agricultura Amazônia adentro, citando a parte em que o brasileiro disse que ‘os que nos criticam têm muito o que aprender conosco’.

Ele disse ainda citou um email enviado que dizia: “Desastre. Eu queria queria gostar dele, mas ele não disse nada. Por que veio?”

Sylvie Kauffmann, jornalista que é tanto diretora editorial do francês Le Monde como colaboradora do jornal americano New York Times, twitou em francês:

“Fracasso de Bolsonaro em Davos, incapaz de responder concretamente as perguntas feitas por Klaus Scwab. 15 minutos de generalidades”

Ela escreveu em inglês também, dizendo que Bolsonaro não agradou a plateia, com “um breve discurso de campanha, muito generalista e evitou dar respostas concretas”. Segundo a jornalista, ele não mereceu “ser aplaudido de pé”.

No entanto, não há nada tão ruim que não possa piorar. Thiago Ferrer Morini, do espanhol El País twitou: “enquanto Bolsonaro fala sobre absolutamente nada por oito minutos, em casa seus problemas de um dos seus filhos aumentam….”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo