Mundo
Facebook exclui páginas de extrema-direita no Reino Unido
Doze pessoas e contas foram banidas pelo site por que espalharem o ódio


O Facebook excluiu, nesta quinta-feira 18, diversas páginas e usuários de extrema-direita do Reino Unido. Segundo comunicado divulgado pela rede social, “indivíduos e organizações que espalham ódio, ou atacam ou pedem a exclusão de pessoas com base em quem são, não têm lugar no Facebook”.
Doze pessoas e contas foram banidas pelo site, entre eles o Partido Nacional Britânico e Nick Griffin, a Liga de Defesa Inglesa e a Frente Nacional. Um porta-voz do Facebook esclareceu que todos aqueles nomeados seriam impedidos de ter uma presença em qualquer serviço ligado ao Facebook.
“As pessoas e organizações que banimos hoje violam essa política e não poderão mais participar do Facebook ou do Instagram. Postagens e outros conteúdos que expressem elogios ou apoio a essas figuras e grupos também serão banidos. Nosso trabalho contra o ódio organizado está em andamento e continuaremos a analisar indivíduos, organizações, páginas, grupos e conteúdo de acordo com os padrões da nossa comunidade”, disse o comunicado.
Em um pronunciamento, o grupo de extrema-direita Knights Templar International disse que estava “horrorizado” com a proibição, e que estava explorando opções legais. “O Facebook considera nossa organização cristã tão perigosa e desplataformada apesar de nunca ser acusada, quanto mais considerada culpada de qualquer crime”, disse um porta-voz. “Este é um desenvolvimento que teria feito os soviéticos corarem.”
No Brasil, a medida já havia sido colocada em prática. Em julho do ano passado a rede social removeu 196 páginas sob acusação de desinformação. Entre as páginas deletadas estão a do Jornalivre, O Diário Nacional e a do Movimento Brasil 200, grupo liderado pelo empresário Flávio Rocha, que chegou a ser pré-candidato à Presidência da República e que hoje atua em Brasília pela aprovação da reforma da Previdência. Alguns perfis ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre) também foram excluídos.
As redes sociais têm sido usadas como um canal poderoso para a disseminação de fake news. Muitas eleições, como a de Donald Trump e Bolsonaro, foram beneficiadas pelas mentiras espalhadas. O Facebook tem sofrido cobranças em todo o mundo por ser uma plataforma na qual as notícias falsas se multiplicam.
Em 2017, a plataforma reconheceu que havia sido usada para o que chamou de “operações de informação” que utilizaram perfis falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição americana de 2016, e prometeu combater as fake news.
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