Mundo

Extrema direita avança em eleições municipais na França

Com abstenção recorde, primeiro turno das eleições municipais vê vitórias da UMP e da Frente Nacional. Socialistas de François Hollande são os grandes derrotados

Presidente da Frente Nacional, Marine le Pen
Apoie Siga-nos no

O partido francês de extrema-direita Frente Nacional obteve um forte crescimento eleitoral neste domingo 23, no primeiro turno das eleições municipais na França, com vários de seus candidatos largando na frente para o segundo turno.

O partido de centro-direita UMP, na oposição, também festejou uma “grande vitória”, com estimativas iniciais apontando conquistas importantes diante da forte desilusão com o governo do presidente François Hollande, num cenário de crescimento econômico quase nulo e elevado desemprego.

De acordo com resultados preliminares, a UMP e aliados alcançaram 47% dos votos em nível nacional, enquanto o Partido Socialista e aliados obtiveram 38%. Já a Frente Nacional (FN) conquistou 5%, um número muito superior aos 0,9% que obteve no primeiro turno das eleições municipais de 2008.

Ao aplaudir o que disse ser uma “excepcional temporada para a FN”, Marine le Pen, líder do partido anti-imigração e anti-União Europeia, considerou que os resultados marcam “o fim da bipolarização da cena política”.

A Frente Nacional ficou em primeiro lugar em várias localidades do sul do país, como Perpignan, Avignon, Béziers ou Fréjus, e do norte, como Forbach. Em Hénin-Beaumont, cidade-símbolo do norte e historicamente ligada à esquerda, o secretário-geral da FN, Steeve Briois, foi eleito no primeiro turno. A FN esperar conquistar o governo em 10 a 15 cidades de tamanho médio, no final do segundo turno, em 30 de março.

Em Paris, a socialista Anne Hidalgo, filha de imigrantes espanhóis, era apontada como favorita, mas Natalie Kosciusko-Morizet, da UMP e ministra no governo do ex-presidente Nicolas Sarkozy, ficou ligeiramente à frente no primeiro turno.

Os socialistas reagiram ao crescimento da Frente Nacional reconhecendo que alguns eleitores manifestaram o seu descontentamento em relação a políticas do governo. “Alguns eleitores expressaram as suas preocupações, e mesmo as suas dúvidas, abstendo-se ou através do seu voto”, afirmou o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault.

A abstenção foi recorde, de 37%. Era esperado um fraco comparecimento às urnas, depois de quatro pesquisas terem revelado uma abstenção de ao menos 35%. Nestas eleições serão escolhidos os governantes de mais de 36 mil povoados, vilas e cidades em toda a França.

  • Edição Roselaine Wandscheer

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo