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Extensão de loja Zara na França paralisada devido a suspeitas de trabalho forçado

A investigação foi aberta em junho pela unidade de crimes contra a humanidade da promotoria antiterrorista francesa

(Foto: Cristina Quicler / AFP)
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As autoridades da cidade francesa de Bordeaux negaram à Zara a expansão de uma loja devido a uma investigação em curso sobre o possível uso da Inditex, empresa matriz da marca, de trabalho forçado de uigures na China, disseram membros de uma comissão administrativa na segunda-feira (29).

A Zara França queria dobrar a superfície de uma de suas lojas no centro de Bordeaux, passando de 1.098 m2 para 2.070 m2.

Mas, em 9 de novembro, a Comissão Departamental de Desenvolvimento Comercial (CDAC), encarregada de examinar o pedido, emitiu um “parecer desfavorável” ao projeto, com três votos contra, um a favor e seis abstenções.

Os três membros que vetaram o projeto citaram a existência de uma investigação judicial em andamento sobre as suspeitas de que subcontratados da Inditex usaram mão de obra forçada uigur na China.

“É uma decisão política que aceitamos. Queríamos dar um sinal forte para rejeitar a expansão de negócios que não têm controle suficiente sobre seus subcontratados”, disse Alain Garnier, um dos membros da comissão.

A investigação, aberta em junho pela unidade de crimes contra a humanidade da promotoria antiterrorista francesa, é baseada em uma denúncia apresentada em abril pela associação anticorrupção Sherpa, o coletivo Ethique sur l’étiquette, o Instituto Uigur da Europa (IODE) e uma mulher uigur que havia sido internada na província chinesa de Xinjiang.

Sandrine Jacotot, vice-prefeita de comércio de Bordeaux, disse que “agora cabe à Zara apelar dessa decisão à comissão nacional de desenvolvimento comercial para explicar como a empresa respeita esses critérios”.

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