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Ex-presidente da Itália Giorgio Napolitano morre aos 98 anos

Político ingressou no Partido Comunista em 1945 e foi eleito deputado pela primeira vez em 1953

Napolitano teve que administrar um período particularmente turbulento da política italiana. Foto: Patrick Hertzog/AFP
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O ex-presidente de Itália Giorgio Napolitano (2006-2015), líder histórico do Partido Comunista e promotor da construção europeia, morreu, nesta sexta-feira 22, aos 98 anos.

A classe política italiana homenageou o ex-presidente napolitano, que nasceu durante a ditadura de Benito Mussolini e que conheceu como chefe de Estado numerosos governos, em uma Itália de gabinetes cronicamente instáveis.

Giorgia Meloni, líder do partido de extrema direita Irmãos da Itália e “presidente do Conselho” desde outubro de 2022, apresentou as condolências do Executivo à família do ex-presidente. Já o atual chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella, lembrou o compromisso europeísta de Napolitano, que foi deputado no Parlamento Europeu, onde travou “batalhas importantes pelo desenvolvimento social, pela paz e pelo progresso na Itália e Europa”.

Em telegrama enviado à viúva, o Papa Francisco destacou que Napolitano dedicou sua atividade política a “proteger a união e concórdia” em seu país.

Considerado durante anos o fiador da estabilidade na Itália, Napolitano foi eleito em 2006. Planejava se aposentar após o primeiro mandato, de sete anos, na primavera de 2013. Mas o resultado das eleições legislativas foi apertado e os principais partidos não conseguiram chegar a um acordo sobre um eventual sucessor, forçando Meloni a se manter no cargo.

Seu discurso de posse foi especialmente duro com os líderes políticos, que criticou por não ouvirem as exigências do país. Anunciou que não permaneceria no cargo por mais sete anos e renunciou em janeiro de 2015.

Napolitano teve que administrar um período particularmente turbulento da política italiana, marcado pela renúncia de Romano Prodi em 2008, após dois anos no governo, pela chegada de Matteo Renzi em fevereiro de 2014 e pelas renúncias de Silvio Berlusconi, Mario Monti e Enrico Letta.

O ex-presidente fez parte dos Grupos Universitários Fascistas – como a maioria dos estudantes em tempos de Mussolini – mas, a partir dos 17 anos, juntou-se a um grupo de resistentes comunistas. Ingressou no partido em 1945 e foi eleito deputado pela primeira vez em 1953.

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