Mundo
Evo manterá candidatura na Bolívia mesmo com veto da Justiça: ‘Não há plano B’
O ex-presidente ainda não revelou qual será sua estratégia para participar da disputa


O ex-presidente Evo Morales disse neste sábado 29 que seguirá adiante com sua candidatura presidencial na Bolívia, apesar do veto da Justiça, ao liderar uma reunião multitudinária na qual se definirá o nome de seu futuro partido.
Morales assinalou que não tem um plano B e que disputará as eleições de 17 de agosto pela força minoritária Frente para a Vitória (FPV), enquanto avança na formação do movimento que pretende liderar.
“Aqui não há plano B. O candidato único [é] Evo”, disse o líder indígena para seus seguidores que lotaram um estádio em Villa Tunari, seu reduto político no departamento de Cochabamba, no centro do país.
Em seu discurso, esclareceu que logo concorrerá novamente à Presidência com uma “sigla emprestada”, após se afastar do Movimento Ao Socialismo (MAS), partido que dirigiu por 26 anos e atualmente liderado pelo presidente Luis Arce, seu antigo aliado.
“Vamos vencer [as] eleições com uma sigla emprestada neste ano”, afirmou o ex-presidente de 65 anos.
Morales, que exerceu o poder entre 2006 e 2019, insiste em que quer voltar à Presidência, mesmo quando a Justiça o impede de ser candidato.
O tribunal constitucional decidiu há mais de um ano que o dirigente cocaleiro já exerceu os dois mandatos permitidos pela Carta Magna que ele próprio promoveu.
O ex-chefe de Estado não revelou qual será sua estratégia para participar das eleições.
Morales estará à frente de uma nova força de esquerda que deverá seguir um longo processo para ser reconhecida legalmente.
“Aqui, irmãs e irmãos, vamos parir outro nome, o verdadeiro nome do instrumento político”, afirmou o ex-chefe de Estado.
Morales antecipou que o nome de seu novo movimento será divulgado até a próxima segunda.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Moro quer enviar senadores à Bolívia para ‘verificar a situação política’
Por CartaCapital
Brasil anuncia a entrada de Cuba, Bolívia e mais sete países como parceiros do Brics
Por CartaCapital
Governo Milei anuncia plano para construir cerca na fronteira entre Argentina e Bolívia
Por CartaCapital