Economia
Europa dá sinal verde para retaliação a tarifas de Trump
Bloco europeu aprovou, nesta quarta, um plano de aplicação de tarifas de 25% a produtos dos Estados Unidos


A União Europeia vai aplicar tarifas a produtos dos Estados Unidos, em retaliação à escalada da guerra comercial promovida por Donald Trump. Nesta quarta-feira 9, a Comissão Europeia confirmou que a maior parte das tarifas ficarão na casa dos 25%, entrando em vigor já na próxima semana.
“A UE considera as tarifas americanas injustificadas e prejudiciais, causando prejuízos econômicos a ambos os lados, bem como à economia global. A UE declarou sua clara preferência por encontrar soluções negociadas com os EUA, que sejam equilibradas e mutuamente benéficas”, disse o grupo.
As tarifas europeias serão aplicadas a quase 21 bilhões de euros (cerca de 140 bilhões de reais) em produtos exportados pelos Estados Unidos.
Em resposta a Trump, as medidas da UE serão implementadas em três rodadas:
- a primeira se aplica a 3,9 bilhões de euros em comércio, já na semana que vem;
- a segunda é relativa a 13,5 bilhões de euros em produtos e começará a valer em maio;
- uma rodada complementar será executada em dezembro.
Para chegar ao plano, o bloco europeu realizou uma votação com especialistas em comércio dos 27 países-membros. Praticamente todas as nações aprovaram a proposta, com exceção da Hungria, comandada por Viktor Orbán, aliado de Trump, que disse as medidas “causariam ainda mais danos à economia e aos cidadãos europeus, aumentando os preços”.
A resposta é impositiva, mas a Europa não descarta seguir negociando. “Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, disse a Comissão Europeia.
A alternativa retaliatória foi o caminho encontrado pelos europeus após Trump anunciar na semana passada que imporia tarifas de 25% a produtos da Europa.
Agora, caberá à Europa decidir se também aplicará tarifas a automóveis, a exemplo do que já foi feito por Trump. Ainda é esperada uma resposta às chamadas ‘tarifas recíprocas’ aplicadas pelo governo norte-americano.
A decisão europeia acontece no mesmo dia em que a China também optou por aumentar tarifas aplicadas a produtos dos Estados Unidos, em mais um movimento de peso na disputa comercial.
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