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EUA suspendem um de seus programas de vistos após ataque na Universidade Brown

O português suspeito pelo assassinato dos estudantes e de um professor do MIT teria entrado nos EUA por meio do Programa de Vistos de Diversidade, instaurado em 1990 e agora suspenso por Trump

EUA suspendem um de seus programas de vistos após ataque na Universidade Brown
EUA suspendem um de seus programas de vistos após ataque na Universidade Brown
Norte-americanos prestam homenagens aos estudantes mortes na Universidade Brown. Foto: Bing Guan / AFP
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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira 19 a suspensão de um de seus programas de vistos para migrantes, que permitiu a entrada no país de um português suspeito do assassinato de dois estudantes na Universidade Brown e de um professor do MIT.

“Claudio Manuel Neves-Valente entrou nos Estados Unidos por meio do programa de loteria de vistos de diversidade (DV1) em 2017 e recebeu um ‘green card‘”, afirmou a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, nas redes sociais.

“Seguindo as instruções do presidente Trump, ordenou imediatamente ao USCIS (Serviço de Cidadania e Imigração) que suspenda o programa DV1 para garantir que mais nenhum americano seja prejudicado por este programa desastroso”, acrescentou.

O sistema de loteria migratória, denominado oficialmente Programa de Vistos de Diversidade, foi instaurado em 1990 e permite a emissão de autorizações de residência para quase 50 mil pessoas por ano, desde que cumpram os critérios de elegibilidade.

Para obter o visto, é necessário passar por um exame e uma entrevista. Todos os anos, milhões de pessoas de países com baixos índices migratórios para os Estados Unidos participam do sorteio.

Neves-Valente, 48 anos, foi encontrado morto na quinta-feira no estado de New Hampshire, ao lado de duas armas de fogo.

Ele “tirou a própria vida”, disse Oscar Perez, chefe do Departamento de Polícia de Providence.

O atirador abriu fogo no sábado passado no edifício de Engenharia e Física de Brown. Os dois estudantes assassinados foram identificados como Ella Cook, vice-presidente da associação republicana de Brown, e Mukhammad Aziz Umurzokov, natural do Uzbequistão, que almejava se tornar neurocirurgião.

Críticas à segurança de Brown

Ele também é suspeito de ter matado na segunda-feira Nuno Loureiro, professor do prestigioso Massachusetts Institute of Technology (MIT), a quase 70 quilômetros de distância.

Loureiro era professor no MIT desde 2016 e dava aulas de Ciência Nuclear, Engenharia e Física. Na noite de segunda-feira, ele foi encontrado com ferimentos provocados por tiros em sua residência em Brookline, no estado de Massachusetts. Tinha 47 anos e foi declarado morto no hospital no dia seguinte.

Até o momento, não foi estabelecido nenhum motivo que explique os fatos, que afetaram duas das universidades mais renomadas dos Estados Unidos.

Durante vários dias, as autoridades apresentaram poucos detalhes da investigação. Um homem foi detido, mas liberado pouco depois.

A Universidade Brown enfrenta críticas, inclusive do presidente Donald Trump, sobre a segurança no campus, depois que foi revelado que nenhuma de suas 1.200 câmeras de segurança estava conectada ao sistema de vigilância da polícia.

Segundo o Arquivo de Violência com Armas, que define um tiroteio em massa como um evento em que quatro ou mais pessoas são feridas por disparos, mais de 300 tiroteios em massa foram registrados nos Estados Unidos desde o início do ano.

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