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EUA: Pentágono se torna acionista de companhia de terras raras
As terras raras são essenciais para a economia do futuro, sobretudo para as tecnologias de transição energética e eletrônica
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos alcançou um acordo com uma companhia de terras raras americana, tornando-se o seu principal acionista, anunciou a empresa nesta quinta-feira 10.
As terras raras, 17 elementos descobertos na Suécia no fim do século XVIII, cada um com propriedades únicas, são essenciais para a economia do futuro, sobretudo para as tecnologias de transição energética e eletrônica.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifesta grande interesse por esses minerais e os incluiu em um acordo de ajuda à Ucrânia em fevereiro e nas atuais negociações comerciais com a China.
Esse “acordo transformador […] acelerará drasticamente o desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento integral de ímãs de terras raras nos Estados Unidos e reduzirá a dependência de fontes externas”, explicou a companhia MP Materials em comunicado.
Graças a um “pacote de investimento multimilionário” e ao “compromisso a longo prazo” do Pentágono, a companhia prevê construir uma segunda instalação para a fabricação de ímãs. A produção, cujo início está previsto para 2028, está destinada a atender tanto a clientes do setor de defesa quanto do privado.
Em virtude do acordo, o Departamento de Defesa adquirirá o equivalente a 400 milhões de dólares (2,2 bilhões de reais) em ações preferenciais conversíveis de nova emissão, bem como o direito a comprar ações ordinárias.
Está previsto que o Departamento de Defesa chegue a uma participação de 15% na MP Materials, o que o torna o seu maior acionista. Além disso, o governo americano se compromete a investir bilhões de dólares na companhia.
Por volta de 18h45 GMT (15h45 em Brasília), as ações da MP Materials subiam mais de 50%, cotadas a 45,23 dólares na Bolsa de Nova York.
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