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EUA pede na ONU que Rússia ‘preste contas’ por crise na Ucrânia

A Assembleia Geral da ONU estuda a aprovação de uma nova resolução pedindo a ‘cessação imediata’ das hostilidades.

Reunião do Conselho de Segurança da ONU Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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“A Rússia deve prestar contas pela crise humanitária que está criando” após a invasão da Ucrânia, defendeu nesta quarta-feira 23 a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, na sessão especial da Assembleia Geral da ONU que estuda a aprovação de uma nova resolução pedindo a “cessação imediata” das hostilidades.

“Se votarem a favor desta resolução, estarão votando pelo fim da guerra”, declarou Thomas-Greenfield na tribuna da ONU, que começou nesta quarta-feira a estudar dois projetos de resolução sobre a situação humanitária provocada pela invasão russa da Ucrânia, apresentados por este país com o apoio do México, da França e da África do Sul.

Cerca de 70 palestrantes registrados delinearam ao longo do dia suas visões desse conflito gerado pela invasão “medieval” russa de 24 de fevereiro, conforme definido pela embaixadora britânica, Barbara Woodward, numa guerra que deslocou mais de 10 milhões de civis e levou 3,5 milhões de pessoas a se refugiarem no exterior.

O projeto da Ucrânia, México e França, intitulado “Consequências humanitárias da agressão” pede “a cessação imediata das hostilidades” geradas pela invasão russa e a “retirada imediata, completa e incondicional” das forças armadas russas do território ucraniano.

Também pede o fim da violência contra civis e alvos civis e insiste que cesse o “cerco” de cidades como Mariupol, que “não fazem mais do que agravar a situação humanitária da população e dificultar os esforços de evacuação”.

“Basta olhar para a situação em Mariupol para entender a brutalidade” do presidente russo, Vladimir Putin, lembrou Thomas-Greenfield.

O projeto atual da Ucrânia é contestado pela Rússia, que por sua vez apresentou uma resolução no Conselho de Segurança cuja votação foi adiada ao longo do dia, e por vários de seus aliados, que não querem que o nome do país apareça no texto, alegando que isso o “politiza”.

Precisamente, o projeto de resolução sul-africano não menciona a Rússia no texto.

Para muitos países, um texto apolítico criaria “uma falsa equivalência moral” nos termos do artigo 51 da Carta das Nações Unidas da agressão russa e autodefesa da Ucrânia.

Se a resolução franco-mexicana, que conta com cerca de 90 co-patrocinadores, for aprovada, será a segunda em menos de um mês.

Em 2 de março, em uma decisão histórica, 141 países votaram a favor de outra resolução condenando a invasão russa, que também contou com 35 abstenções (incluindo China, Cuba, Nicarágua, El Salvador, Bolívia, Índia, Irã, Iraque, Cazaquistão ou Paquistão) e cinco votos contra (Coreia do Norte, Síria, Belarus, Eritreia e a própria Rússia).

A Rússia pediu que um projeto de resolução fosse votado nesta quarta-feira no Conselho de Segurança sobre a situação humanitária, depois de desistir que o mesmo fosse feito na semana passada por falta de apoio. Mas, ao longo do dia, Moscou se viu obrigada a adiar a votação diversas vezes.

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